10 expressões que você usa no dia a dia e nem sabe de onde vêm
E quem diria que você fala isso sem imaginar de onde veio?

Desde eras em que as pessoas falavam “a cobra vai fumar” sem sequer imaginar a Segunda Guerra, até hoje em que “dar com os burros n’água” parece natural — nossa fala cotidiana carrega vestígios do passado. Há expressões comuns que usamos sem pensar, mas cada uma delas tem uma história curiosa e, às vezes, surpreendente.
Aqui vão dez exemplos — e a origem deles pode deixar você com vontade de voltar no tempo.
10 expressões que você usa no dia a dia e nem sabe de onde vêm
1. A cobra vai fumar
Era um comentário incrédulo sobre a participação do Brasil na Segunda Guerra: “mais fácil uma cobra fumar” do que isso acontecer. Mas aconteceu: e o Exército abraçou a expressão como símbolo da Força Expedicionária Brasileira. Segundo o site Superinteressante, o termo ganhou força em 1944.
2. Fazer vaquinha
A torcida do Vasco, nos anos 1920, arrecadava contribuições entre torcedores para premiar jogadores após vitórias. “Vaca”, no jogo do bicho, representava valor alto — daí o nome.
3. Para inglês ver
No século XIX, o Brasil fingia tomar medidas contra o tráfico de escravos para agradar à Inglaterra, sem efetivamente agir. Era fachada — “para inglês ver”.
4. Chutar o balde
Origem um pouco incerta. Uma teoria sugere que, em enforcamentos, condenados eram posicionados sobre baldes que eram chutados; outra fala de matadouros rurais.
5. Dar com os burros n’água
Na era colonial, burros carregavam mercadorias por trilhas. Muitas vezes tombavam em enchentes ou atravessavam rios que levavam carga e animais ao fundo. Quem perdia tudo “dava com os burros n’água”.
6. Meter o bedelho
“Bedelho” era uma pequena tranca ou algo insignificante. Inserir o bedelho era colocar algo irrelevante onde não é chamado — intrometer-se.
7. De meia-tigela
No tempo da monarquia portuguesa, servidores recebiam alimentos segundo seu posto: os menos favorecidos tinham “meia tigela”.
8. Pagar o pato
Há um conto italiano (século XV) em que um camponês vende um pato como pagamento por um favor. Quando confrontado, o marido “paga o pato”. A expressão se firmou com o sentido de arcar com culpa alheia.
9. Amigo da onça
Nos quadrinhos brasileiros da década de 1960, havia um personagem que trai amizades o tempo todo: o “Amigo da Onça”. Daí a associação à pessoa falsa ou traiçoeira.
10. Santo do pau oco
No Brasil colonial, santos de madeira eram esvaziados para esconder ouro e pedras preciosas. Por dentro, ficavam ocos, e o exterior parecia sagrado — daí “santo do pau oco”, palavra para quem é falso.
Cada expressão carrega um fragmento da nossa história — da guerra, da monarquia, da vida rural, da cultura popular ou do teatro. Usamos diariamente frases cujas raízes atravessaram séculos.
Da próxima vez que disser “não adianta chorar pelo leite derramado” ou “tirar o cavalinho da chuva”, pare um instante e pense: qual história antiga está por trás dessa frase que sai quase sem pensar?
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