Conheça o pássaro que parece ter saído do filme Como Treinar o Seu Dragão
Suas plumagens combinam tons de marrom, cinza, às vezes avermelhado, padrões que se confundem com casca de árvore ou folhas secas

Desde os relatos dos primeiros viajantes ocidentais nas florestas do Sudeste Asiático, há histórias sobre aves tão estranhas parecidas com criaturas de contos de fada: penugens que formam “orelhas”, olhos enormes, voo fantasmagórico ao cair da noite.
O bacurau-de-orelhas-grandes (uma forma popular de chamar corujas com aurículas chamativas) é exatamente isso: parece ter escapado de um filme de fantasia e se tornado real.
Conheça o pássaro que parece ter saído do filme Como Treinar o Seu Dragão
Durante o dia, estas corujas permanecem imóveis, empoleiradas entre troncos ou no interior de folhagens densas. Suas plumagens combinam tons de marrom, cinza, às vezes avermelhado, padrões que se confundem com casca de árvore ou folhas secas — uma camuflagem tão eficaz que, para predadores ou curiosos, elas simplesmente desaparecem.
À noite, o cenário muda: essas aves se ativam com silêncio quase total durante o voo, raramente percebido, e o canto melancólico ecoa suave pelas sombras, reforçando seu ar misterioso.
Uma espécie muito próxima dessa descrição é a Philippine scops owl (Otus megalotis), encontrada nas Filipinas. Ela possui grandes “orelhas” — na verdade tufos de penas — explícitos no nome “megalotis”, que significa “orelhas grandes”.
Esta coruja vive no sub-bosque das florestas tropicais, em altitudes moderadas, raramente sobe acima dos 1.000 metros.
Alimenta-se de insetos e pequenos mamíferos, e protege seus filhotes em cavidades de árvores.

(Foto: Reprodução/Redes Sociais)
Outra espécie que se encaixa nessa aura de dragão noturno é a Oriental Scops Owl (Otus sunia), presente em muitos países do Sudeste Asiático.
Ela apresenta morfos — variações de cor — que vão do cinza ao ruivo, olhos amarelos, e pequenos tufos auriculares que às vezes se erguem, segundo o Parques Nacionais da Tailândia
Durante o dia, permanece imóvel, quase imperceptível, misturando-se aos troncos e galhos; ao cair da noite, seu canto se torna distintivo, um “tuk tok torok” repetido, segundo observadores.
O que torna essas aves tão fascinantes não é só a aparência excêntrica, mas a combinação: mimetismo visual, comportamento reservado, voo silencioso e canto quase etéreo. Em ecossistemas tropicais elas são guardiãs de obras de arte vivas.
Ao conhecermos espécies como Otus megalotis ou Otus sunia, entendemos que os “dragões” dos nossos sonhos — com suas escamas reluzentes e presas afiadas — talvez não precisem ser imaginados. A natureza já os forjou: em pequenos seres alados, escondidos entre sombras, prontos para encantar quem ousar escutá-los sob o luar.
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