Empresário José Pupin conhecido como “Rei do Algodão” acumula mais de R$ 1,3 bilhão em dívidas e tem falência solicitada pelo Governo
Governo de Mato Grosso entrou na Justiça para converter processo de recuperação judicial em falência

Durante anos, o nome de José Pupin foi sinônimo de sucesso no agronegócio.
Conhecido como “Rei do Algodão”, ele chegou a comandar mais de 110 mil hectares de plantio em Mato Grosso, tornando-se uma das figuras mais influentes do setor.
Hoje, o cenário é bem diferente. O empresário e suas companhias vivem uma das maiores crises da história recente do campo brasileiro.
A Procuradoria-Geral do Estado (PGE) de Mato Grosso entrou com pedido na Justiça para converter o processo de recuperação judicial da José Pupin Agropecuária em falência, alegando descumprimento de obrigações fiscais e financeiras.
O processo corre na 1ª Vara de Campo Verde.
Dívidas e falhas no plano de recuperação
O grupo, que acumulou dívida superior a R$ 1,3 bilhão, tenta se reerguer desde 2017, mas enfrenta cobranças de diversos credores e do próprio Estado.
Segundo a PGE, a empresa não aderiu ao Refis, não apresentou propostas de acordo tributário e segue inadimplente, o que teria demonstrado “a inviabilidade da operação e o fracasso do plano de recuperação”.
Nos últimos meses, outros credores também ingressaram com pedidos de falência.
Entre eles, o empresário Ricarte de Freitas Neto, que acusou o grupo de não pagar valores prometidos a investidores e fornecedores após a homologação do plano.
Disputa judicial e acusações
A defesa da família Pupin argumenta que o casal José e Vera Lúcia foi vítima de irregularidades na gestão feita por consultorias contratadas para reestruturar o conglomerado.
O empresário, que tratava um câncer, e sua esposa, diagnosticada com Parkinson, alegam que o grupo de consultoria Midas/Fource teria desviado recursos enquanto controlava o patrimônio.
Em nota, a advogada Thais Sversut Acosta, representante da família, afirmou que os Pupin tentam retomar o controle dos bens e das contas.
Segundo ela, “devidamente administrado, o negócio é capaz de quitar todos os credores, inclusive os fiscais”.
Já a Fource negou todas as acusações e declarou que os contratos foram firmados com anuência da família, dentro da legalidade, e que tomará medidas judiciais para defender sua reputação.
Um império ameaçado
Contudo, o império que um dia simbolizou prosperidade no agronegócio brasileiro agora enfrenta o risco de ser desmontado.
A decisão sobre o pedido de falência ainda não foi tomada, mas o caso expõe a fragilidade de um setor onde fortunas podem ruir tão rápido quanto crescem.
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