Andressa Urach relembra fase religiosa extrema e relata agressão ao filho
Portal LeoDias divulgou parte do material, que irá ao ar às 19h de hoje
SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Andressa Urach, 38, revisitou no podcast “Sem Filtro”, comandado por Luiza Ambiel, alguns dos capítulos que define como os mais difíceis e contraditórios de sua trajetória.
O portal LeoDias divulgou parte do material, que irá ao ar às 19h de hoje. Durante a entrevista, ela comentou pela primeira vez sobre uma agressão cometida contra o filho Arthur, admitindo que, à época, estava tomada por um radicalismo religioso que orientava cada aspecto de sua rotina.
Ao longo da conversa, Urach contou que o temor de que o filho fosse gay (sentimento que hoje reconhece como preconceituoso) a levou a comportamentos que descreve como violentos e injustos.
“Quando eu estava na igreja, tinha medo de o Arthur ser gay. Eu cheguei a dar uma surra nele. Dei uma surra porque ele tinha um amigo gay e eu achei que ele estava tendo um relacionamento homoafetivo. Questionei a masculinidade dele. Eu fui religiosa e intolerante”, relatou.
Ela afirma que acreditava ser seu dever aplicar de forma rígida os preceitos da doutrina que seguia, interferindo inclusive na vida do próprio filho. O esforço para impor padrões religiosos, segundo Urach, acabou se tornando fonte de violência, julgamentos e arrependimento: “Eu fui muito religiosa e me arrependo de ter sido um fariseu, porque, daí, comecei a abrir mão das coisas que gostava de fazer. Acho que é isso que acontece com o religioso: o fato de ele não poder fazer e de estar sacrificando o seu eu faz com que queira obrigar os outros a fazerem também. Já que está se tornando uma pessoa infeliz por não poder ser livre e falar ou viver o que quer, quer impor essa coisa ruim aos outros também”, afirmou.
Além do episódio envolvendo Arthur, Urach lembrou também do processo judicial que perdeu após publicar um post considerado transfóbico. Ela diz reconhecer o erro e afirma ter aprendido com o episódio: “Quando estava na igreja, cheguei a fazer um post sobre uma trans que fez um desfile de Carnaval e estava na cruz. Até perdi o processo contra ela porque fui intolerante religiosa. Eu nem sabia quem ela era. Peguei uma foto em que ela estava no Carnaval usando a imagem de Jesus e a coloquei na cruz. Eu atrelei ela ao pecado. Imagine quantas pessoas morrem hoje por causa dessa intolerância?”, refletiu.
Durante o podcast, Urach ainda criticou o ambiente religioso no qual esteve inserida por anos, dizendo enxergá-lo como um sistema que deixou de priorizar o que considera essencial. “Não preciso de intermediários, de consulta com o pastor ou qualquer coisa. Hoje, infelizmente, a religiosidade virou um CNPJ, uma empresa. Sou o que sou. Se eu sou put*, sou put*. Se eu sou crente, sou crente”, declarou, reforçando que continua acreditando em Jesus, mas busca uma espiritualidade individual, distante de regras e controles.
Atualmente, livre das restrições que seguia, ela afirma ter uma relação respeitosa e amorosa com a comunidade LGBT+. “Eu amo os gays! E um dos motivos pelos quais saí da igreja foi o fato de condenarem e dizerem que os gays iriam para o inferno. Eu penso que o gay veio para confundir os sábios. Quando Deus diz: ‘Amar a Deus sobre todas as coisas e o próximo como a ti mesmo’, você ama o próximo e respeita as escolhas do próximo. A Bíblia fala também que ‘tudo o que não vem da fé é pecado’, então tudo o que fizermos que não for de fé é pecado; estaríamos todos condenados.
Deus fez justamente gays, homossexuais, travestis, todo grupo LGBT para confundir os sábios. São pessoas que só querem amar, e Deus é amor”.







