Operários da construção civil descobrem não um, nem dois, mas seis naufrágios centenários
O que era apenas mais uma obra de engenharia transformou-se em uma verdadeira viagem ao passado

A construção civil pode até parecer uma área focada apenas em concreto, máquinas e planejamento, mas às vezes revela segredos que surpreendem até os especialistas.
Foi exatamente isso que aconteceu durante as obras do túnel de Varberg, na Suécia.
Enquanto operários realizavam tarefas de rotina, acabaram esbarrando em uma descoberta impressionante: seis naufrágios centenários escondidos sob o solo, alguns datados da Idade Média e outros do século XVII.
O que era apenas mais um avanço de infraestrutura transformou-se em uma verdadeira viagem ao passado.
Naufrágio mais preservado pode ter sido queimado antes de afundar
Entre os seis achados, o chamado Naufrágio 2 rapidamente se tornou o mais estudado.
A embarcação, construída com carvalho da região oeste da Suécia por volta de 1530, apresentava partes contínuas do casco, algo raro nesse tipo de descoberta.
Seu estilo de construção, com pranchas sobrepostas, também revelou a presença de um reforço externo que ajudava a proteger o casco na hora de atracar.
Um detalhe chamou ainda mais atenção: marcas de queimadura sugerem que o navio pode ter sido incendiado deliberadamente antes de afundar.
Semelhanças entre embarcações ajudam a entender rotas antigas
O chamado Naufrágio 5, do século XVII, apresentou características parecidas com o Naufrágio 2.
O uso de carvalho local e o mesmo tipo de construção indicam que essas embarcações provavelmente navegaram pela costa de Varberg e por outras áreas do Mar Báltico.
As descobertas ampliam o entendimento sobre as rotas marítimas que movimentavam o comércio entre cidades medievais.
Uma embarcação diferente trouxe novas pistas
O Naufrágio 6 destoou dos demais logo no início das análises.
A embarcação foi construída no estilo caravelado, no qual as pranchas ficam alinhadas lado a lado, deixando a superfície do casco mais lisa.
O navio também preservava parte do quilha, peça essencial da estrutura, com marcas que remetiam à tradição holandesa de construção naval.
O detalhe mais curioso é que os especialistas não conseguiram determinar a data exata da madeira usada, o que abriu margem para novas investigações.
Navios de comércio medieval completam o conjunto
Os Naufrágios 3 e 4, ambos do século XIV, apresentavam formato de fundo chato, típico de embarcações usadas para transporte em regiões rasas e movimentadas.
Arqueólogos esperam que novos estudos revelem mais detalhes sobre o comércio marítimo da época e sobre como essas embarcações circulavam entre cidades que, hoje, estão totalmente urbanizadas.
Construção civil segue revelando o passado
Com o avanço de grandes obras na costa oeste da Suécia, descobertas assim têm se tornado mais comuns.
Muitas áreas que hoje fazem parte de centros urbanos já foram portos ou zonas totalmente cobertas pelo mar séculos atrás.
Cada nova intervenção da construção civil possibilita a abertura de mais fragmentos da história, trazendo informações valiosas sobre o modo de vida das sociedades que viveram ali.
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