Detran deixa de exigir teste temido por candidatos à CNH
Mudança anunciada pelo Ministério dos Transportes promete reduzir reprovações, aliviar a pressão sobre candidatos e tornar o exame prático mais justo
A subida que travava sonhos e fazia carros “morrerem” diante dos examinadores está com os dias contados. O Departamento Estadual de Trânsito (Detran) não exigirá mais o teste de meia embreagem, etapa considerada uma das mais tensas e decisivas no caminho para a Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
A mudança foi anunciada pelo ministro dos Transportes, Renan Filho, durante participação no programa Bom Dia, Ministro, e representa uma guinada no modelo tradicional de avaliação prática aplicado há décadas no país. A proposta, segundo o governo federal, é tornar o processo menos punitivo e mais alinhado à realidade da condução no dia a dia.
De acordo com o ministro, o antigo formato criava um verdadeiro “ambiente de reprovação”, no qual pequenos erros técnicos ou lapsos de atenção eliminavam o candidato antes mesmo de ele demonstrar sua capacidade real ao volante. A flexibilização busca encerrar esse modelo excessivamente rigoroso, que transformava detalhes pontuais em obstáculos definitivos.
Além do desgaste emocional, o teste da rampa também foi alvo de denúncias encaminhadas ao Ministério dos Transportes. Havia relatos de que veículos usados nos exames tinham pneus descalibrados propositalmente, o que dificultava a arrancada em subida e aumentava as reprovações automáticas. Com o fim dessa exigência, a expectativa é reduzir frustrações e coibir práticas irregulares.
Outra novidade é a criação de um reteste gratuito. O candidato que não for aprovado na primeira tentativa poderá refazer o exame uma única vez sem custos adicionais. A medida pretende ampliar o acesso à habilitação e diminuir o peso financeiro do processo, que muitas vezes leva à desistência ou à condução sem carteira.
A resolução, aprovada pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran) em 1º de dezembro, também simplifica outras etapas da CNH. Entre as mudanças estão o fim da obrigatoriedade de cursar autoescola, a oferta de curso teórico digital gratuito e a possibilidade, em etapas futuras, de realizar a prova prática com veículo próprio ou automático.
Com as alterações, o governo aposta em um modelo mais moderno, menos burocrático e focado na formação de condutores preparados — sem transformar o exame em um teste de nervos.
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