Barrado pelo Supremo, Alcolumbre quer escolher candidato à sua sucessão em lista de PSD, DEM e PP
Nessa lista de Alcolumbre não há menção a nenhum senador do MDB, partido de onde deve sair o nome apoiado pelo Palácio do Planalto.
Daniel Carvalho, do DF – Impedido pelo STF (Supremo Tribunal Federal) de disputar a reeleição para o cargo, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), fez uma lista preliminar com seis nomes de PSD, DEM e PP e, dela, vai definir quem apoiará na disputa pelo comando da Casa. A eleição ocorre em fevereiro.
Nessa lista de Alcolumbre não há menção a nenhum senador do MDB, partido de onde deve sair o nome apoiado pelo Palácio do Planalto.
Segundo auxiliares de Jair Bolsonaro (sem partido), hoje os favoritos do presidente são os líderes do governo no Congresso, Eduardo Gomes (MDB-TO), e no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE).
O STF barrou na noite deste domingo (6) a possibilidade de reeleição do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Alcolumbre.
O placar ficou em 6 a 5 contra a reeleição de Alcolumbre, e 7 a 4 contra a de Maia. Para a maioria dos ministros, a recondução é inconstitucional.
A Constituição proíbe os chefes das Casas de tentarem a recondução no posto dentro da mesma legislatura. A legislatura atual começou em fevereiro de 2019 e vai até fevereiro de 2023.
Bolsonaro chamou Alcolumbre para uma conversa, que deve ocorrer até esta quarta-feira (9). Aliados do senador dizem que Alcolumbre ficou bastante decepcionado com o comportamento do Planalto ao longo do julgamento no STF que terminou na noite de domingo (6).
Por causa da articulação do governo para impedir a possibilidade de reeleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ) como presidente da Câmara, o presidente do Senado, aliado do governo, se sentiu abandonado.
Na lista de Alcolumbre estão Antonio Anastasia (PSD-MG), Nelsinho Trad (PSD-MS), Lucas Barreto (PSD-AP), Rodrigo Pacheco (DEM-MG), Marcos Rogério (DEM-RO) e Daniella Ribeiro (PP-PB).
Irmã do deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), que tenta se cacifar para presidir a Câmara, Daniella está licenciada desde o fim de setembro por motivos pessoais e retorna em janeiro. Ela entrou na lista de Alcolumbre não exatamente por ser do Progressistas, mas por ser mulher.
Segundo uma pessoa próxima a Alcolumbre, o presidente do Senado quer definir o nome de seu candidato antes da conversa com Bolsonaro. A intenção é estar preparado para reagir, caso o chefe do Executivo peça apoio a seu ungido.
Alcolumbre estava em Macapá (AP) cuidando da eleição do irmão, Josiel (DEM), e retornou a Brasília na noite de segunda-feira (7). Desde então, tem visitado senadores em seus apartamentos funcionais para conversas individuais.
A estes interlocutores o presidente do Senado tem dito que não deixará de conversar com ninguém, inclusive do MDB, mas que não aceitará nenhuma imposição do Planalto.
Auxiliares de Alcolumbre ponderam que os nomes defendidos por ele não são diretamente ligados ao Planalto, mas têm diálogo com o governo e identidade com a pauta econômica.