Paralisação de servidores de universidades federais chega a 100 dias sem acordo

Da Redação Da Redação -
Paralisação de servidores de universidades federais chega a 100 dias sem acordo

Os servidores públicos técnico-administrativos das universidades federais estão em greve há mais de três meses, diminuindo o ritmo de atendimento aos docentes e estudantes e comprometendo o funcionamento de alguns serviços. De acordo com a Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-Administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (Fasubra), servidores de 63 instituições públicas aderiram à paralisação.

“Esta semana foram realizados atos em diversas universidades para marcar a greve nacional”, informou o coordenador-geral da Fasubra, Rogério Marzola. Hoje (3) pela manhã, na Universidade de Brasília, manifestantes bloquearam o acesso de algumas vias com pneus e fecharam a reitoria e o Centro de Processamento de Dados. Eles permaneceram no local até 15h.

Segundo a Fasubra, a greve deste ano é uma continuidade das reivindicações dos trabalhadores em 2014, quando a paralisação dos servidores foi suspensa pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), que determinou que o governo deveria negociar com os trabalhadores até o dia 30 de junho daquele ano. “O governo descumpriu o prazo e não negociou. Foi isso que nos remeteu à greve deste ano”, afirmou Rogério.

A principal demanda da categoria é a reposição das perdas salariais dos últimos anos. “Para recuperarmos o poder de compra de 2010, é preciso repor 27,3% nos salários”, disse Marzola. Segundo ele, foi oferecida verbalmente à categoria 21,3% de reajuste em quatro anos. “A oferta pode ser parecida, mas os 27% que pedimos é apenas para recuperar as perdas. O governo propõe 21% em quatro anos. Então, após esse período a perda será maior que já é hoje, pois a inflação prevista para os próximos quatro anos é superior aos 21%.”

A Federação informou que o governo ainda não apresentou uma proposta oficial para acabar com a greve. “Até agora, tivemos muitas conversas com os ministérios da Educação e do Planejamento, mas não recebemos nenhum documento formal. Eles ficaram de encaminhar dia 14 de agosto, prorrogaram para o dia 17, depois 24, depois 31, dia em que fechava a lei orçamentária, mas até agora não recebemos nada”, acrescentou informou o coordenador-geral da Fasubra.

Em nota publicada no dia 21 de agosto, o Ministério da Educação se disse preocupado com a greve, em especial com os alunos sem aulas nas 30 universidades em que os docentes também pararam. O MEC também informou que sempre se colocou à disposição para dialogar com as entidades e instituições federais. “O esforço do governo federal tem sido incansável para garantir o diálogo contínuo e a solução para a greve. O MEC e o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão têm trabalhado em conjunto para reestabelecer a atividade acadêmica.”
Segundo a nota, de fevereiro de 2014 a agosto de 2015 representantes do ministério se reuniram com a entidade 23 vezes para tratar da agenda de reivindicações. Uma nova reunião está marcada para amanhã (4).

Além de salário, os grevistas também pedem ajuste nas carreiras, como mudanças na carga horária e maior participação nas decisões das universidades. Outra demanda é por mais recursos para as universidades. De acordo com a Fusabra, várias instituições passam por dificuldades sérias em decorrência de cortes orçamentários que levaram ao contigenciamento de verbas de custeio.

 

Agência Brasil

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