IBGE vai às ruas para pesquisar infraestrutura das cidades

Três dos dez quesitos analisados são novidades em relação ao Censo mais recente, de 2010: existência de pontos de ônibus/van, sinalização para bicicletas e presença de obstáculos nas calçadas

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IBGE vai às ruas para pesquisar infraestrutura das cidades
Agentes censitários do IBGE. (Foto: Divulgação / IBGE)

(FOLHAPRESS) – Equipes do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) percorrem desde segunda-feira (20) ruas e avenidas do país para dar início a operações relacionadas ao Censo Demográfico 2022.

Até 12 de julho, mais de 22 mil agentes censitários devem visitar 326,6 mil setores (espaços) urbanos, em todas as unidades da federação, com a tarefa de traçar um panorama da infraestrutura das cidades.

Nessa etapa, as equipes do IBGE não realizam nenhum tipo de entrevista. A pesquisa é feita apenas por meio da observação dos pontos investigados.

Três dos dez quesitos analisados são novidades em relação ao Censo mais recente, de 2010: existência de pontos de ônibus/van, sinalização para bicicletas e presença de obstáculos nas calçadas.

O início das entrevistas do Censo com a população brasileira está agendado para 1º de agosto.

O levantamento é considerado o trabalho mais detalhado sobre as características demográficas e socioeconômicas do país.

“A pesquisa do entorno é o marco oficial do início da operação do Censo Demográfico 2022, que entra em campo em 1º de agosto”, disse em nota Cláudio Stenner, diretor de Geociências do IBGE.

“Ainda não é o recenseador passando de porta em porta, realizando as entrevistas, mas é a primeira operação pública de coleta de informações do Censo”, acrescentou.

Filipe Borsani, supervisor técnico da pesquisa, esclarece que ela serve para “fornecer um panorama da infraestrutura urbana do país, considerando temas como acessibilidade, circulação, equipamentos públicos e meio ambiente”.
“Ela é muito importante para a formulação de políticas públicas em áreas urbanas”, completa.

Pesquisa nas favelas De acordo com o IBGE, outra novidade de 2022 é que esse trabalho será feito em todos os chamados aglomerados subnormais das áreas urbanas.

Esses aglomerados são conhecidos por diferentes definições. Entre elas, estão favelas, invasões, grotas, baixadas, comunidades, vilas, ressacas, loteamentos irregulares, mocambos e palafitas.

“Em 2010, entraram apenas os aglomerados que possuíam arruamento regular. Agora, vamos utilizar uma nova metodologia para fazer a identificação do percurso em áreas labirínticas e sem sinal de GPS”, afirmou o supervisor.

Questionário vira tema de Justiça Mesmo com o início da pesquisa urbana, a realização do Censo ainda não está totalmente imune a incertezas.

No início de junho, ao acolher pedido do MPF (Ministério Público Federal), a Justiça Federal do Acre determinou a inclusão de perguntas sobre orientação sexual e identidade de gênero no questionário do Censo.

O problema, segundo o IBGE, é que não há tempo hábil para a medida, já que o início da coleta das informações está previsto para agosto.

Para o instituto, a inclusão também geraria “impacto econômico severo”, aumentando os custos do Censo além do seu orçamento, estimado em R$ 2,3 bilhões.

O IBGE acionou a AGU (Advocacia-Geral da União) para recorrer da decisão judicial e evitar o adiamento das entrevistas.

Importância do Censo O Censo costuma ser feito a cada dez anos. Inicialmente, a nova edição estava prevista para 2020, mas não foi realizada devido à pandemia de coronavírus, que provocou restrições ao deslocamento de pessoas.

Em 2021, o que acabou inviabilizando novamente o estudo foi o corte de recursos destinados por parte do governo federal. A verba para 2022 foi liberada após o STF (Supremo Tribunal Federal) ser acionado.

Na prática, os dados apurados funcionam como base para uma série de políticas públicas e decisões de investimento de empresas. As informações balizam, por exemplo, os repasses do FPM (Fundo de Participação dos Municípios), fonte de recursos para as prefeituras.

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