A aposta de Elias Vaz para mostrar que é o “terror” dos gastos milionários de Bolsonaro
Deputado federal "recheou" páginas de jornais com denúncias de compra de viagra, picanha e cerveja durante o governo do presidente
No mesmo 1° de janeiro de 2019 em que Jair Bolsonaro (PL) assumiu a Presidência da República, o goiano Elias Vaz (PSB) chegou ao gabinete 303 na Câmara Federal. Dali em diante, Vaz se transformou em um dos parlamentares que mais pegou no pé do presidente.
Apadrinhado pelo senador Jorge Kajuru, Vaz levou parte da equipe de advogados que o acompanhou na Câmara Municipal de Goiânia e que descobria os “podres” da Prefeitura para Brasília.
Não foi diferente quando começou a analisar informações do Portal da Transparência sempre atrás de dados que apontassem como o dinheiro público estava sendo utilizado pelo presidente Jair Bolsonaro e seus ministros. Não deu outra.
Elias Vaz se transformou, com reconhecimento pela imprensa nacional, na maior pedra no sapato da gestão Bolsonaro. Além de descobrir, Vaz denunciou (nas redes sociais ou a repórteres da grande imprensa) compras milionárias, sobretudo no período da pandemia.
Um dos alvos mais recorrentes é o uso do cartão corporativo do presidente que, no mês em que deixou de pagar o Auxílio Emergencial, gastou mais de R$2 milhões em férias entre dezembro de 2020 e janeiro de 2021 em Santa Catarina e no Guarujá. Também revelou com o que Bolsonaro gastou milhões na residência oficial e no avião presidencial. Além de gastos de R$4 milhões por mês.
Ele também denunciou a compra de viagras e próteses penianas pelo Exército Brasileiro, além de aquisição de picanha e cerveja puro malte por militares.
As denúncias ganharam as páginas de jornais e viraram processos no Tribunal de Contas da União (TCU), órgão também provocado pelo deputado para saber porque o Governo Federal deixou de autuar 69% de mineradoras.
Em junho, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), após outra denúncia de Vaz, cobrou manifestação do Ministério Público Eleitoral a respeito de mais gastos, desta vez, sobre o custeio de motociatas com o cartão corporativo do presidente Jair Bolsonaro. Nos dados obtidos, dá a entender que o presidente candidato à reeleição bancou almoços e lanches que dariam para alimentar milhares de famílias.
Com essa bandeira, de continuar combatendo os gastos à revelia do chefe do Executivo, Elias Vaz quer continuar no cargo de deputado federal.
A estratégia para isso tem sido usar as redes sociais, a partir de impulsionamentos bancados pelo Fundo Eleitoral à disposição dos partidos, para lembrar o eleitor goiano que todos esses escândalos da era bolsonarista foram trazidos a luz por ele.