Veja qual foi a participação de cada um dos envolvidos na morte de Valério Luiz

Maurício Borges Sampaio, Ademá Figuerêdo Aguiar Filho, Marcus Vinícius Pereira Xavier e Urbano de Carvalho Malta foram condenados; Djalma Gomes da Silva, absolvido

Da Redação Da Redação -
Veja qual foi a participação de cada um dos envolvidos na morte de Valério Luiz
Cinco pessoas foram denunciadas pelo MP. (Foto: Atlético Goianiense, Sebastião Nogueira, Fernando Leite, Reprodução Record TV e TV Anhanguera)

Os envolvidos na execução do radialista Valério Luiz de Oliveira, ocorrida em 5 de julho de 2012, foram condenados pelo Tribunal do Juri na noite desta quarta-feira (09). Os jurados acolheram a tese defendida pelo Ministério Público de Goiás (MPGO) e reconheceram as autorias e participações do crime, ocorrido há dez anos e cujo julgamento vinha se arrastando em razão de adiamentos provocados pela defesa.

O cartorário Maurício Borges Sampaio foi condenado a 16 anos de prisão por ser o mandante da execução. Também foram condenados Ademá Figuerêdo Aguiar Filho (16 anos de prisão), Marcus Vinícius Pereira Xavier (14 anos de prisão) e Urbano de Carvalho Malta (14 anos de prisão), por participarem do planejamento e execução do crime. Djalma Gomes da Silva foi absolvido pelos jurados.

A sentença condenatória foi lida pelo juiz Lourival Machado. Todos os condenados foram presos, com exceção de Marcus Vinícius, que está fora do país e teve o nome incluído na lista da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol). Os advogados dos condenados afirmam que vão recorrer da decisão.

Atuaram pelo MPGO os promotores de Justiça José Carlos Miranda Nery Júnior, Maurício Gonçalves de Camargos, Sebastião Marcos Martins e a promotora Renata de Oliveira Marinho e Sousa. Filho da vítima, o advogado Valério Luiz de Oliveira Filho atuou como assistente de acusação.

Veja qual foi a participação de cada um dos envolvidos na morte de Valério Luiz

O crime foi cometido por volta das 14 horas de 5 de julho de 2012, na Rua T-38, no Setor Bueno, a poucos metros da emissora em que a vítima trabalhava. Segundo apurado no inquérito policial, Ademá Figuerêdo Aguiar Filho, em “conluio, repartição de tarefas e contando com a participação dos demais denunciados, efetuou vários tiros em Valério Luiz de Oliveira, causando-lhe a morte imediata”.

Foi verificado ainda que as críticas que Valério Luiz de Oliveira fazia à diretoria do Atlético Clube Goianiense, no exercício da profissão de jornalista e radialista esportivo, nos programas Jornal de Debates, da Rádio Jornal 820 AM, e Mais Esporte, da PUC TV, teriam desagradado Maurício Sampaio, que era dirigente do clube de futebol. Os comentários da vítima geraram “acirrada animosidade e ressentimento no empresário, com desentendimentos”, segundo a denúncia apresentada.

A investigação destacou que, no dia 17 de junho de 2012, em meio aos comentários que a vítima fazia no programa Mais Esporte, ao falar a respeito de possível desligamento de Maurício Sampaio da diretoria do time de futebol, ela teria dito que “nos filmes, quando o barco está afundando, os ratos são os primeiros a pular fora”. Em represália, narrou a denúncia, a diretoria do Atlético Clube Goianiense proibiu a entrada das equipes jornalísticas nas dependências do clube.

Sentindo-se ofendido na sua honra, ressaltou o relato dos promotores, Maurício Sampaio passou a almejar a morte da vítima com o auxílio de comparsas, responsáveis pelo planejamento e execução do crime. Marcus Vinícius Pereira Xavier emprestou moto, capacete e camiseta para Ademá Figuerêdo, além de guardar no açougue de sua propriedade a arma e o celular que seriam utilizados no homicídio. Os chips dos telefones utilizados na comunicação foram habilitados em nomes de terceiros.

Conforme demonstrado na denúncia, no dia do crime, Ademá Figuerêdo foi até o açougue de Marcus Xavier, pegou a moto, o capacete, a camiseta, o telefone e a arma e se dirigiu até as imediações da emissora de rádio. No local, comunicou-se com Urbano Malta, que estava na espreita, aguardando o momento em que Valério Luiz de Oliveira sairia. A vítima foi morta quando já estava dentro do veículo, ao final de uma jornada de trabalho.

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