Indígenas baleados na terra yanomami passam por cirurgia e têm quadro estável
Autoria dos disparos foi atribuída por lideranças indígenas e pelo Ministério dos Povos Indígenas a garimpeiros que atuam na região
Folhapress -
LEONARDO VIECELI
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Os dois indígenas que sobreviveram após serem baleados na comunidade Uxiu, dentro da Terra Indígena Yanomami, em Roraima, no sábado (29), passaram por cirurgias e permanecem internados em um hospital de Boa Vista nesta segunda-feira (1º).
Em nota, o Governo de Roraima afirmou que eles “apresentam quadro de saúde estável e estão acordados, com sinais vitais em pleno funcionamento e sem nenhum risco de morte”.
Os dois homens foram identificados como Venâncio Xirixana, que levou dois tiros no abdômen e dois na perna direita, e Otoniel Xirixana, baleado no abdômen e na lombar.
A autoria dos disparos foi atribuída por lideranças indígenas e pelo Ministério dos Povos Indígenas a garimpeiros que atuam na região. A Polícia Federal investiga o caso.
Além dos dois feridos, um terceiro indígena também foi baleado e não resistiu aos ferimentos. Ilson Xirixana, 35, foi atingido na cabeça e morreu na manhã de domingo (30), antes de ser transferido para Boa Vista. Ele atuava como agente de saúde indígena.
Nesta segunda-feira, uma comitiva do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve ir a Roraima para acompanhar a situação do povo yanomami.
O ataque à comunidade Uxiu é o mais recente episódio de dificuldades envolvendo os indígenas. Em janeiro, o Ministério da Saúde decretou situação de emergência para combater a falta de assistência sanitária que atingia o povo, após a verificação de inúmeros casos de desnutrição severa e doenças.
Na noite de domingo, o governador Antonio Denarium (PP) visitou os dois homens que sobreviveram ao último ataque. O encontro foi na UTI (unidade de terapia intensiva) do HGR (Hospital Geral de Roraima).
Segundo o governo local, Denarium conversou com um dos feridos e “reafirmou o compromisso de atender a todo e qualquer indígena que precise dos serviços da rede estadual de saúde”.
