Moradores de Anápolis denunciam focos de dengue e falta de amparo da Prefeitura: “parece má vontade”

Anapolinos relataram ao Portal 6 estarem com dificuldades para formalizar as reclamações e garantir as visitas

Davi Galvão Davi Galvão -
Moradores de Anápolis denunciam focos de dengue e falta de amparo da Prefeitura: “parece má vontade”
Piscina abandonada, que foi denunciada por uma moradora. (Foto: Reprodução)

Diante de seis óbitos por dengue, Anápolis se estabelece como o município goiano com mais vítimas da doença durante esta epidemia, até o momento. Diante do cenário, a Prefeitura anunciou algumas medidas a fim de lidar com a situação.

Uma das principais apostas da gestão municipal para combater o vírus é contar com o apoio da população, através de um canal via WhatsApp. A plataforma serve como forma de denúncia acerca dos locais de foco de reprodução do mosquito, como, por exemplo, lotes com piscinas abandonadas e zonas de mata mal cuidadas.

Acontece, porém, que, para algumas pessoas, a ferramenta não tem funcionado da maneira como deveria. Um desses casos foi denunciado ao Portal 6 por moradores que não tiveram sucesso ao tentar efetuar a denúncia.

A estudante Gabriella Dominga Santos Neto, de 22 anos, utilizou o canal buscando uma solução para o lote que faz divisa com a residência em que mora, no qual há uma piscina com água parada.

“Era uma casa alugada e os moradores foram embora há uns três meses. E aí ficou daquele jeito, com a piscina lá sem ninguém vir cuidar, e os casos de dengue só aumentando”, contou, em entrevista à reportagem.

Ela afirmou que, anteriormente, uma vizinha teria já tentado realizar a denúncia, porém, os fiscais nunca apareceram.

Então, na última terça-feira (27), tentou novamente chamar a atenção do poder público, via WhatsApp. Porém, a rua na qual o lote se encontra, localizada no bairro Santa Isabel, é conhecida por três nomes: Rua 6, Rua Suécia e Rua José Maria Batista.

“É um problema que até o Correios já está ciente, sempre que tem alguma encomenda para alguma dessas três ruas, eles já sabem o que fazer”, explicou.

Conforme mostrado por prints, primeiro Gabriella se referiu ao endereço como “Rua 6”, mas, questionada pelo atendente com a incongruência do CEP com o nome da via, ela ratificou, afirmando que também poderia ser “Rua José Maria Batista”.

“É a mesma rua, ela tem três nomes”, enviou a jovem, ao que o atendente respondeu que não poderia repassar a denúncia para o setor responsável, ainda questionando a pluralidade de nomes.

“Eu entendo que é um caso particular, eu nem estaria reclamando se fosse um atendimento automático, porque aí não teria o que fazer. Mas eu estava falando com um ser humano, uma pessoa, já tinha explicado a situação, parecia muito mais má vontade”, afirmou.

Trecho da conversa no WhatsApp. (Foto: Reprodução)

A reportagem já havia recebido outra denúncia, de um morador do bairro Jundiaí, que conseguiu efetuar a reclamação, via WhatsApp, no começo de fevereiro, pouco tempo após a administração municipal afirmar estar enfrentando uma epidemia.

Nesta quarta-feira (28), o morador, que preferiu se manter no anonimato, apontou que, até então, nenhuma equipe esteve no local em questão para tratar do cenário.

Portal 6 buscou contato com a Prefeitura, a fim de questionar o caso narrado e, também, como as denúncias estariam sendo recebidas. Porém, mais uma vez, não houve retorno.

Davi Galvão

Davi Galvão

Jornalista formado pela Universidade Federal de Goiás. Atua como repórter no Portal 6, com base em Anápolis, mas atento aos principais acontecimentos do cotidiano em todo o estado de Goiás. Produz reportagens que informam, orientam e traduzem os fatos que impactam diretamente a vida da população.

Você tem WhatsApp ou Telegram? É só entrar em um dos grupos do Portal 6 para receber, em primeira mão, nossas principais notícias e reportagens. Basta clicar aqui e escolher.

Publicidade