Projeto em Goiás cria salas de aula em canteiro de obras para reduzir analfabetismo entre adultos

Iniciativa Escola Nota 10 visa levar ensino básico a trabalhadores em canteiros de obras

Beatriz Bueno Beatriz Bueno -
Delivalda de Jesus Barbosa (Foto: Divulgação)

Apesar de uma queda nas taxas de analfabetismo em Goiás, de 5,9% para 4% entre 2016 e 2023, segundo a Pesquisa Nacional por amostra de Domicílios (Pnad) divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o analfabetismo continua sendo um mal enraizado na história brasileira.

De acordo com instituto, atualmente, são 8,3 milhões de pessoas acima de 40 anos, nessas condições, espalhadas por todo o país. E é em busca de sair dessa estatística, Delivalda de Jesus Barbosa, de 43 anos, uma baiana que adotou Goiânia com residência fixa em 2005, viu uma oportunidade de reverter essa situação. 

Ela conta que estudou até a quinta série fundamental, quando morava na zona rural de sua cidade natal, Canápolis (BA), onde desde muito jovem já ajudava os pais com a vida diária na roça.

Contudo, ainda com 12 anos e sob a autorização dos pais, precisou parar de estudar e foi trabalhar como babá em Brasília (DF).

Delivalda, só conseguiu retomar os estudos em 2024, trabalhando como servente de obras na MRV. A construtora criou um projeto em parceria com o Alicerce Educação, Escola Nota 10, que leva às salas de aulas para o canteiro de obras e disponibiliza ensino básico aos trabalhadores.

“Eu decidi participar do projeto Escola Nota 10 para terminar o meu Ensino Fundamental e meu Ensino Médio. Com as aulas, logo pretendo fazer o Encceja e ter meu certificado. Essa oportunidade para mim é muito gratificante”, destaca ela.

Escola Nota 10

A iniciativa “Escola nota 10”, criada em 2011, formou cerca de 5 mil trabalhadores da construção civil.

Em Goiânia, a MRV montou uma sala de aula em uma de suas obras no setor Lorena Park, onde cinco profissionais usam parte de seu expediente para estudar. As aulas, que oferecem educação escolar com um professor presencial, ocorrem às terças e quintas-feiras, das 15h30 às 17h, e têm duração média de um ano.

Hoje o projeto já conta com 18 salas de aula em funcionamento nas obras, 18 em fase de implantação a meta e para o ano de 2024, planeja alcançar 49 unidades em todo o país, atendendo mais de 780 alunos.

 

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