Sem ajuda do poder público, família de anapolina cria vaquinha para custear tratamento contra câncer
Ela já havia retirado a mama esquerda e também um tumor no cérebro, mas a doença retornou em agosto de 2024
Solange Silva, uma mulher de 52 anos, enfrenta um grave quadro de saúde após ser diagnosticada com um tumor cerebral que vem se agravando rapidamente. Moradora de Anápolis, ela já passou por duas cirurgias, mas as lesões retornaram e cresceram consideravelmente. Desde então, ela vem apresentando sintomas severos, incluindo cefaleia intensa e edema cerebral, o que torna urgente a necessidade de uma nova intervenção médica especializada.
Ao Portal 6, o filho dela, Rafael Oliveira, falou sobre as dificuldades enfrentadas pela família, surpreendida pelo retorno do câncer e agora mobilizada, buscando conseguir o procedimento necessário o mais rápido possível.
“Ela já retirou a mama esquerda e retirou um tumor da cabeça há dois anos, mas, infelizmente, ele retornou e agora estamos correndo atrás dessa cirurgia. Já formalizamos o pedido no Ministério Público (MPGO) e também buscamos ajuda no município, mas ainda não conseguimos uma resolução”, desabafou ele.
Apesar da gravidade da situação, Solange, que é administradora, pós-graduada em gerência de projetos, encontra grandes dificuldades para conseguir um leito hospitalar adequado com suporte em neurocirurgia pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A falta de vagas e a burocracia do sistema público ainda têm prolongado o sofrimento.
Desesperada, já com dificuldade para falar e desempenhar atividades cotidianas, ela recorreu à Justiça para garantir o atendimento adequado. De acordo com um relatório médico anexado ao processo judicial, foi solicitada a internação urgente em um hospital com recursos de neurocirurgia, já que o caso dela é considerado crítico.
O parecer judicial aponta que, com base nos critérios estabelecidos pelo Ministério da Saúde, há elementos técnicos suficientes para classificar a solicitação ser enquadrada como um caso de urgência. No entanto, apesar disso, a demora no fornecimento do tratamento adequado persiste.
Em meio a essa luta pelo direito à saúde, Solange resolveu buscar ajuda pública por meio de uma vaquinha online. Ela espera arrecadar fundos para custear o tratamento que não conseguiu obter de maneira célere pelo SUS. A solidariedade de amigos, familiares e até desconhecidos tem sido um alento, mas ainda há um longo caminho pela frente para reunir a quantia necessária para cobrir os custos do tratamento e da possível cirurgia.
Como a situação ocorre em pleno Outubro Rosa, mês de conscientização acerca do câncer de mama, ela acende também um alerta para todas as mulheres acerca da importância dos testes, dentre eles o toque, que pode ser feito pela própria mulher. A difícil realidade vivenciada por Solange começou, justamente, pelo câncer de mama, que acabou tomando novos contornos após ocorrer a metástase.
Trajetória
No começo de 2020, ela teve o primeiro susto. Recebeu a notícia de que havia sido diagnosticada com câncer de mama. Após realizar tratamentos, dentre eles a quimioterapia, teve a mama esquerda retirada no segundo semestre daquele ano. Ficou por mais um ano realizando radioterapia até foi descoberta a metástase.
Exames apontaram a ocorrência de um grande tumor no cerebelo, além dos resquícios do câncer de mama. O tumor pressionava, gradativamente, o cérebro dela, causando diversas complicações. Felizmente, Solange conseguiu uma cirurgia e o retirou. Apesar da aparente resolução do problema, mais um golpe a esperava.
Em agosto de 2024, foi descoberto o retorno do tumor na cabeça, no mesmo lugar onde o anterior, que tinha o tamanho de um polegar, havia sido retirado. Enquanto as vias tradicionais não lhe garantem uma solução, ela e os filhos resolveram mobilizar uma vaquinha para arrecadar dinheiro e custear os tratamentos. Valores podem ser enviados para a chave Pix [email protected].
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