Hackers chineses se infiltraram na infraestrutura de comunicações dos Estados Unidos e podem ter conseguido acessar celulares usados pelo candidato do Partido Republicano à Casa Branca, o ex-presidente Donald Trump, e seu vice de chapa, J.D. Vance, de acordo com uma reportagem publicada nesta sexta-feira (25) pelo jornal americano The New York Times.
Segundo a publicação, autoridades dos EUA ainda avaliam se a invasão foi bem-sucedida e quais eventuais dados os hackers conseguiram obter -há a possibilidade de que os invasores tenham tido acesso aos aparelhos em tempo real.
Funcionários do Partido Democrata e da campanha da vice-presidente Kamala Harris também foram alvo de ataques similares, de acordo com as autoridades ouvidas pelo New York Times, que ressaltaram que informações de conversas privadas podem ser de alto valor para um rival dos EUA como a China.
Especialistas em cibersegurança disseram ao jornal que o ataque hacker foi realizado por um grupo chinês conhecido como Tufão de Sal. O FBI, a polícia federal americana, se disse “profundamente preocupado” com a possibilidade de que um alto volume de mensagens foi interceptado.
Segundo funcionários da campanha de Trump, ouvidos pelo New York Times em condição de anonimato, os hackers teriam obtido acesso aos celulares por meio da empresa de telefonia Verizon, responsável por boa parte dos planos de dados nos EUA -mais de 100 milhões de americanos utilizam a operadora todos os dias.
O porta-voz de Trump Steven Cheung disse em nota que Kamala encorajou a China a atacar o sistema de telecomunicações dos EUA em uma tentativa de impedir a volta de Trump à Casa Branca. Não há qualquer indício de que isso seja verdade.
Em agosto, o governo dos EUA já havia acusado o Irã, outro rival americano, de um ataque hacker contra as campanhas de Trump e Kamala. Na época, o FBI disse que Teerã buscava influenciar as eleições e acirrar a polarização política entre apoiadores dos partidos Democrata e Republicano.
Os órgãos de inteligência americanos afirmam que o Irã tem como objetivo “semear discórdia e minar a confiança nas nossas instituições democráticas”, além de “um interesse antigo em explorar tensões sociais” nos EUA.