A fé que abraça segue viva
Hoje, mais do que chorar sua ausência, é tempo de reconhecer a beleza de sua entrega. Francisco não foi um herói inalcançável. Foi humano, profundamente humano


Algumas vidas não cabem na lógica da despedida. Elas permanecem. Não por estarem fisicamente entre nós, mas porque plantam sementes no coração.
Na manhã desta segunda-feira (21), o mundo amanheceu em silêncio. Aos 88 anos, partiu Jorge Mario Bergoglio, o Papa Francisco — o Papa do abraço, da escuta, do sorriso verdadeiro. Despediu-se discretamente, como viveu, na Casa Santa Marta, no Vaticano.
No domingo (20), ainda esteve presente na Praça São Pedro, durante a celebração do Domingo de Páscoa. Deu sua última bênção aos fiéis e abençoou crianças.
Primeiro sul-americano a ocupar o trono de Pedro, seu papado foi marcado por coragem e compaixão. Enfrentou crises, promoveu reformas e falou de temas urgentes como meio ambiente, desigualdade e migração.
Na Jornada Mundial da Juventude, no Brasil, em 2013, mostrou que a Igreja pode ter a leveza de um sorriso e a firmeza de um chamado à transformação.
A nota da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) ajuda a compreender sua missão: “A verdadeira grandeza da Igreja está em sua capacidade de encontro com as feridas da humanidade”.
A Diocese de Anápolis também expressou com emoção esse momento. Destacou o legado de diálogo, inclusão e reforma, e uma Igreja mais fraterna e próxima dos que sofrem.
Hoje, mais do que chorar sua ausência, é tempo de reconhecer a beleza de sua entrega. Francisco não foi um herói inalcançável. Foi humano, profundamente humano.
O Papa dos pobres. O Papa do diálogo. O Papa da mudança.
Seu legado? Uma Igreja que escuta. Um mundo que se encontra. Uma fé que abraça.
Descanse em paz, Papa Francisco. Mas sua luz, essa não descansa. Ela segue nos iluminando.