Após mais de 60 anos de história, empresa referência entra em crise e pede falência

Fundada em 1963, a marca era uma das empresas mais conhecidas do mundo no setor farmacêutico

Pedro Ribeiro Pedro Ribeiro -
Após 62 anos de história, empresa referência em emagrecimento entra em crise e pede falência
(Foto: Reprodução/Agência Brasil)

A falência de uma das empresas mais conhecidas do mundo no setor de emagrecimento pegou muita gente de surpresa.

Em 2025, a WW International, antes chamada de WeightWatchers, entrou com pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos, um movimento que acendeu o alerta para as mudanças drásticas no mercado de controle de peso.

Fundada em 1963, a marca foi sinônimo de apoio ao emagrecimento por décadas.

Mas agora enfrenta dívidas bilionárias, perda de espaço para tecnologias modernas e uma crise de identidade.

Vamos te explicar o que levou essa gigante à falência, o que muda para os milhões de associados e o que isso diz sobre o futuro do setor.

Após mais de 60 anos de história, empresa referência entra em crise e pede falência

A principal razão foi a rápida transformação no mercado de emagrecimento.

Antes líder absoluta com seus famosos encontros presenciais e sistema de pontos, a empresa perdeu força com o avanço de medicamentos como Ozempic e outras soluções à base de GLP-1, que ganharam espaço pela praticidade e resultados mais rápidos.

Além disso, o número de assinantes da WW caiu 12% em 2024, o que agravou ainda mais a situação financeira.

A dívida acumulada chegou a cerca de 1,5 bilhão de dólares, e a empresa ainda precisava lidar com um custo de 100 milhões de dólares por ano só em juros.

A tentativa de se reinventar não deu certo

Em 2023, a então CEO Sima Sistani apostou alto: comprou uma plataforma de telemedicina para incluir medicamentos no portfólio da empresa.

A ideia era se alinhar às novas demandas do mercado. Mas o retorno não veio como esperado.

A falta de crescimento e os problemas financeiros levaram à saída de Sistani.

No lugar, entrou Tara Comonte, vinda do setor de fast food, com a missão de tentar salvar a companhia.

Mesmo com tentativas de modernização, o reposicionamento foi tardio. A falência se tornou inevitável.

E agora? O que a empresa pretende fazer?

O pedido de falência feito sob o Capítulo 11 da legislação americana não significa o fim imediato da WeightWatchers.

A empresa busca reestruturar suas finanças e eliminar boa parte das dívidas, com a promessa de continuar operando normalmente durante o processo.

A expectativa é que, em cerca de 40 dias, a WW volte ao mercado como uma empresa mais leve financeiramente e preparada para investir em inovação.

A prioridade será oferecer serviços digitais, adaptar-se ao uso de medicamentos e manter o suporte aos membros.

O que essa falência revela sobre o mercado de emagrecimento?

A queda da WeightWatchers mostra que tradição não é garantia de sobrevivência.

O setor de emagrecimento mudou rápido. Hoje, as pessoas buscam resultados mais práticos e acessíveis.

Aplicativos, consultas online e medicamentos estão moldando um novo padrão.

Até figuras influentes como Oprah Winfrey se afastaram da empresa.

Após anos como acionista e rosto da marca, ela deixou o conselho e doou suas ações, encerrando uma era de parceria que começou em 2015.

Isso afetou a imagem da marca e a confiança dos investidores.

O futuro da WeightWatchers ainda é incerto

Mesmo com o processo de recuperação judicial, o desafio será grande.

A empresa vai precisar equilibrar tradição com inovação, mantendo sua base fiel enquanto tenta reconquistar espaço num setor dominado pela tecnologia e pela medicina.

A falência pode ser um ponto de virada — ou o início de um fim anunciado.

No fim das contas, o caso da WeightWatchers serve de alerta: quem não acompanha as mudanças do mercado, mesmo com décadas de sucesso, pode acabar ficando para trás.

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