Exercício simples que fortalece o coração, segundo especialistas
Um movimento estático de poucos segundos pode ser o aliado que seu coração esperava

Em meados do século XX, médicos já observavam que exercícios regulares pareciam “treinar” o coração para trabalhar melhor, um órgão acostumado ao esforço que, pouco a pouco, desenvolve músculos mais eficientes e vasos mais saudáveis.
Hoje, em 2025, a ciência confirma esse insight com precisão: até movimentos simples, feitos sem salto, corrida ou aparelhos pesados, revelam-se estratégias eficazes para fortalecer o sistema cardiovascular.
Nas diretrizes brasileiras de atividade física, o Ministério da Saúde recomenda que adultos pratiquem ao menos 150 minutos semanais de intensidade moderada ou 75 minutos intensos, para colher benefícios à saúde como controle da pressão e prevenção de doenças cardíacas.
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Estudos internacionais reforçam que indivíduos mais ativos no lazer, seja caminhando, pedalando ou correndo, chegam a reduzir em 20 % a 30 % o risco de doenças cardiovasculares e AVC, em comparação com pessoas sedentárias.
Exercício simples que fortalece o coração, segundo especialistas
Dentro desse universo de práticas, uma modalidade entra em destaque por sua simplicidade: o exercício isométrico.
Nesse tipo de movimento, o músculo se contrai sem alterar seu comprimento, ou seja, sem movimento perceptível nas articulações, como acontece em pranchas estáticas, “sentar na parede” (wall sit) ou apertar um objeto com a mão com força controlada.
Uma meta-análise recente, que compila dados de 270 ensaios clínicos com mais de 15 mil participantes, mostrou que o exercício isométrico foi mais eficaz em reduzir pressão arterial (sistólica e diastólica) do que modalidades tradicionais, como exercícios aeróbicos ou de resistência dinâmica.
Em particular, contrair levemente músculos das mãos (por meio de handgrip, por exemplo) gerou efeitos positivos nos vasos sanguíneos e diminuição de pressão arterial ao longo do tempo.
Também foi observado que treinos isométricos são seguros e viáveis para pacientes com insuficiência cardíaca do tipo com fração de ejeção preservada (HFpEF), com benefícios à qualidade de vida e ao perfil cardiovascular.
Entretanto, isso não significa que outros exercícios percam valor. O exercício aeróbico, como caminhar, dançar ou nadar, continua sendo essencial para o bom funcionamento cardíaco.
No portal oficial do governo brasileiro, é destacado que essa modalidade promove dilatação dos vasos, melhora da circulação e redução do estresse sobre o coração.

O ideal para um adulto é caminhar por volta de 40 minutos, 3 vezes por semana. (Foto: Reprodução)
A caminhada merece atenção especial: um estudo da USP verificou que caminhar cerca de 40 minutos pode reduzir a pressão arterial por até 24 horas.
Em outra pesquisa, uma caminhada de 20 minutos diários já mostrou efeitos protetores ao coração. E uma análise internacional recente sugere que alcançar 10 mil passos por dia está associado a uma queda de até 39 % no risco de morte e 21 % de doenças cardíacas.
Mas por que o exercício isométrico aparece com força nas pesquisas? A teoria aponta que a contração muscular moderada reduz temporariamente o fluxo local de sangue; ao relaxar, ocorre um estímulo para dilatação vascular e melhoria endotelial — efeito benéfico repetido ao longo do tempo.
Para quem quiser começar hoje mesmo, especialistas sugerem: mantenha posição de prancha por 20 a 30 segundos, repita duas ou três vezes; ou faça pressões com as mãos usando um objeto firme por 15 a 20 segundos, intercalando com pausas.
Em resumo: para quem busca cuidar do coração de forma simples e acessível, a prática isométrica surge como complemento inteligente — não rival — às caminhadas e aos exercícios tradicionais. Em poucos segundos de contração estratégica, você estará fortalecendo o motor mais vital do corpo.
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