País quer adotar semana de trabalho de 4 dias e jornadas de apenas 6 horas

Ideia busca equilibrar produtividade e qualidade de vida, inspirada em experiências bem-sucedidas pelo mundo

Pedro Ribeiro Pedro Ribeiro -
País quer adotar semana de trabalho de 4 dias e jornadas de apenas 6 horas
Helsinque, Finlândia (Foto: Reprodução/YouTube)

Era o início do século XX quando as longas jornadas de 12 a 16 horas diárias começaram a ser questionadas. As fábricas fervilhavam, o relógio ditava o ritmo da vida, e o descanso era um luxo.

Foi só em 1926, quando Henry Ford decidiu reduzir a carga horária de seus funcionários para 8 horas diárias e 5 dias por semana, que o mundo corporativo começou a enxergar que menos pode, sim, significar mais.

Quase um século depois, a Finlândia reacende essa discussão, com uma proposta ousada que parece saída de um futuro mais equilibrado.

País quer adotar semana de trabalho de 4 dias e jornadas de apenas 6 horas

A ex-primeira-ministra finlandesa Sanna Marin sugeriu a criação de um modelo de trabalho mais flexível: quatro dias por semana e seis horas por dia.

Segundo o site Euronews, a proposta visa oferecer mais tempo para que as pessoas possam se dedicar à família, aos hobbies e à vida cultural, áreas frequentemente deixadas de lado em meio à correria da rotina moderna.

Marin, que fez história ao se tornar a mais jovem chefe de governo do mundo aos 34 anos, acredita que a mudança pode melhorar tanto o bem-estar quanto a produtividade.

A ideia não surgiu do nada. Experimentos semelhantes realizados na Suécia e no Japão mostraram resultados animadores. Conforme publicado pelo The Guardian, empresas suecas que testaram o modelo relataram maior motivação entre os funcionários e uma queda significativa nos níveis de estresse.

No Japão, país conhecido por sua cultura de longas horas de trabalho, o programa-piloto da Microsoft Japan, citado pela BBC News, aumentou a produtividade em 40%. O dado chamou a atenção de governos e empresas ao redor do mundo, que começaram a repensar a velha equação entre tempo e rendimento.

Embora a proposta de Marin ainda não tenha sido oficialmente implementada na Finlândia, o debate já ganhou força no país e em outras nações europeias. De acordo com o Financial Times, há um crescente movimento por políticas laborais mais humanas, especialmente após a pandemia, que escancarou a importância do equilíbrio entre vida profissional e pessoal.

Se um dia Ford revolucionou o trabalho ao cortar horas da jornada, talvez Sanna Marin esteja pavimentando o caminho para uma nova revolução, aquela em que a produtividade deixa de ser medida pelo tempo sentado à mesa, e passa a ser guiada pelo tempo bem vivido fora dela.

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Pedro Ribeiro

Pedro Ribeiro

Jornalista formado pela Universidade Federal de Goiás. Colabora com o Portal 6 desde 2022, atuando principalmente nas editorias de Comportamento, Utilidade Pública e temas que dialogam diretamente com o cotidiano da população.

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