Biomas que se unem na COP30

Amazônia, Cerrado, Mata Atlântica, Caatinga, Pampa e Pantanal se conectam no mesmo propósito: enfrentar a crise climática com responsabilidade e solidariedade

Antônio Gomide Antônio Gomide -
Biomas que se unem na COP30
(Foto: Arquivo Pessoal)

A COP30 começou hoje em Belém do Pará e seguirá até 21 de novembro, reunindo líderes de mais de 170 países para discutir o futuro do planeta. O Brasil volta a ser o centro das atenções globais, 33 anos depois da histórica Rio-92, quando foram firmadas as convenções sobre Clima, Biodiversidade e Combate à Desertificação. Desde então, aprendemos que enfrentar a crise climática é um desafio que exige coragem política, cooperação e compromisso.

A COP30 representa a união dos biomas brasileiros em uma só voz pela vida. Amazônia, Cerrado, Mata Atlântica, Caatinga, Pampa e Pantanal se conectam no mesmo propósito: enfrentar a crise climática com responsabilidade e solidariedade. Cada bioma é essencial, e proteger um significa garantir o equilíbrio de todos.

Nos últimos dois anos, o Brasil reduziu pela metade o desmatamento na Amazônia, e o Cerrado registrou, em 2025, a menor taxa dos últimos cinco anos, com queda de 11,49%, segundo dados do Projeto de Monitoramento do Desmatamento (PRODES), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), divulgados em 30 de outubro de 2025. É a primeira vez em muitos anos que observamos uma redução contínua na destruição do bioma.

O Cerrado é a Caixa d’Água do Brasil. Na COP30, será fundamental reafirmar sua integração com os demais biomas. É dele que nascem as principais bacias hidrográficas do país, como as dos rios Amazonas, São Francisco e Prata, além de aquíferos como Guarani, Bambuí e Urucuia. Sem o Cerrado, não há água. E sem água, não há vida.

O Cerrado é também um patrimônio da biodiversidade. Abriga cerca de seis mil espécies de plantas nativas e é o lar de povos e comunidades que há séculos convivem em harmonia com o território, entre eles indígenas, quilombolas, geraizeiros, ribeirinhos e tantas outras populações tradicionais. Proteger o Cerrado é proteger nossa história.

Nosso mandato tem procurado colaborar com ações que preservem o meio ambiente e o Cerrado. Temos discutido e feito leis ambientais, entre elas a Semana de Conscientização sobre a Preservação da Fauna e o Programa Plante uma Árvore, que leva educação e conscientização ambiental às escolas públicas. Na última semana, apresentamos dois novos projetos: um que cria a Política Estadual para a efetivação do direito de crianças e adolescentes à natureza e outro que atualiza a Política Estadual sobre Mudanças Climáticas, valorizando o Cerrado e seus ecossistemas.

Essa agenda se soma à audiência pública “Biomas Brasileiros e Mudanças Climáticas”, que realizaremos na próxima quarta-feira, 12 de novembro, na Assembleia Legislativa de Goiás, por meio da Comissão de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, que temos a honra de presidir. O encontro contará com professores da UFG e o lançamento de um ebook e de uma plataforma ambiental digital, iniciativas que ampliam o acesso à informação e fortalecem o debate sobre justiça climática e sustentabilidade.

A COP30 reafirma que não há futuro sem responsabilidade ambiental. Em Goiás, estamos prontos para contribuir com esse pacto global, fortalecendo leis, promovendo o debate e defendendo o Cerrado como patrimônio de todos os brasileiros. A mudança começa onde estamos, e o nosso ponto de partida é o Cerrado.

Antônio Gomide

Antônio Gomide

Atualmente, é deputado estadual pelo PT em segundo mandato na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego). Foi prefeito de Anápolis por duas vezes e vereador na cidade por quatro vezes. Escreve sempre às segundas-feiras.

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