Investimento de R$ 5 bilhões cria superestrada de 500 km que reduz viagem até o Brasil de 21 dias para 48 horas
A obra fortalece a infraestrutura da região, cria empregos e abre caminho para novas rotas de transporte

A superestrada que está sendo construída na Guiana vem chamando atenção por transformar a logística regional e criar uma nova rota capaz de mudar o acesso entre a Amazônia e o Atlântico.
O projeto, que soma cerca de 500 km, chega com investimento bilionário e a promessa de reduzir uma viagem que antes podia levar até 21 dias para apenas 48 horas.
Essa conexão rápida, combinada a um porto de águas profundas e a um corredor rodoviário moderno, coloca Brasil e Guiana em um novo cenário de integração, comércio e oportunidades.
Além disso, a obra fortalece a infraestrutura da região, cria empregos e abre caminho para novas rotas de transporte que beneficiam tanto empresas quanto pequenos produtores.
Conexão rápida com o Brasil e impacto logístico
Hoje, o trajeto entre Georgetown e Lethem é longo, irregular e depende de estradas não pavimentadas.
Com a superestrada, o fluxo será mais previsível, mesmo no período chuvoso, o que ajuda caminhões que seguem de Boa Vista até o litoral da Guiana.
A ponte sobre o rio Tacutu, que já liga Lethem a Bonfim, também facilita essa integração.
Na prática, o corredor cria uma rota terrestre muito mais rápida para exportações do Norte do Brasil.

(Foto: Divulgação)
Porto de Palmyra e a nova porta para o Atlântico
O novo porto de Palmyra, projetado para operações logísticas, atividades industriais e gás natural, deve gerar cerca de mil empregos durante sua construção.
Ele será o ponto final da superestrada e permitirá que cargas brasileiras sigam para o mar sem depender de longos trajetos fluviais ou de portos distantes.
É esse conjunto — estrada pavimentada, pontes modernas e porto profundo — que cria a janela logística de apenas 48 horas até o Atlântico.
Obras, pontes e desafios do projeto
Para entregar a superestrada, o governo dividiu a obra em quatro trechos.
Um dos mais importantes é o segmento Linden–Mabura Hill, com cerca de 121 km, contratado em 2022 e com conclusão prevista para outubro de 2025.
Outro ponto decisivo é a travessia do rio Essequibo, que hoje depende de balsas e deve ganhar uma ponte de pista dupla, garantindo circulação mesmo durante as chuvas.
Apesar do avanço, existem desafios técnicos e ambientais. Áreas de solo instável, regiões alagadiças e florestas densas exigem estudos, licenças e reforços estruturais.
Integração com o Norte do Brasil e novos mercados
Para o Brasil, a superestrada representa uma nova alternativa de exportação, especialmente para o agronegócio, alimentos processados, materiais de construção e combustíveis.
A Guiana calcula que a ligação poderá atender um mercado de cerca de 20 milhões de consumidores do Arco Norte.
A expectativa é reduzir custos, diversificar rotas e ampliar o comércio entre os dois países.
Crescimento da Guiana e motivação para o investimento
Todo esse movimento ocorre em meio à expansão econômica acelerada da Guiana, impulsionada pelas descobertas de petróleo no bloco Stabroek.
Em 2024, o país registrou crescimento de 43,6% no PIB, um número fora do comum.
Com esse cenário, autoridades destacam que grandes obras de infraestrutura são fundamentais para acompanhar o ritmo e garantir desenvolvimento sustentável.
Peso estratégico da ligação
Além dos ganhos econômicos, a superestrada tem importância estratégica.
A ligação mais rápida ao interior facilita deslocamento de equipes públicas, fiscalização em áreas remotas e apoio a regiões de disputa, como o Essequibo.
A estrada também reforça a presença do Estado em territórios de difícil acesso.
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