Alimentar bebês com amendoim de forma precoce evitou alergias em milhares de crianças, segundo pesquisa

Pais que já adotaram essa estratégia relatam que o processo é simples, seguro e traz tranquilidade para o futuro da criança

Pedro Ribeiro Pedro Ribeiro -
Alimentar bebês com amendoim de forma precoce evitou alergias em milhares de crianças, segundo pesquisa
(Foto: Reprodução/ Freepik)

A ideia de que bebês deveriam evitar alimentos como amendoim durante os primeiros anos de vida mudou completamente após novas pesquisas mostrarem que a exposição precoce pode ser muito mais segura do que se imaginava.

Atualmente, evidências apontam que oferecer pequenas quantidades desses alimentos logo nos primeiros meses é capaz de reduzir de forma significativa o risco de alergias.

E, à medida que as descobertas se tornam mais conhecidas, pais e profissionais de saúde começam a adotar essa prática com mais confiança, transformando o cuidado alimentar na infância.

O que motivou a mudança nas recomendações

Por muito tempo, médicos sugeriram que alimentos com alto potencial alergênico fossem evitados até os 3 anos de idade.

No entanto, tudo mudou em 2015, quando um estudo conduzido no King’s College London revelou que introduzir produtos à base de amendoim ainda no início da vida podia reduzir em mais de 80% a chance de desenvolver alergia no futuro.

Análises posteriores mostraram que essa proteção se mantinha até a adolescência em boa parte das crianças.

Resultados no mundo real

Com a publicação das novas diretrizes, os especialistas passaram a incentivar a introdução precoce — e os efeitos logo apareceram.

Nos Estados Unidos, a taxa de alergia ao amendoim em crianças de 0 a 3 anos caiu mais de 27% entre as que eram consideradas de alto risco.

Depois, com as orientações ampliadas em 2017, a redução superou 40%.

Isso representa cerca de 60 mil crianças que evitaram alergias alimentares, sendo 40 mil apenas relacionadas ao amendoim.

Desafios na adoção da nova prática

Mesmo com resultados tão positivos, a introdução precoce ainda avança devagar.

Parte dos pediatras e muitos pais continuam inseguros sobre como fazer isso de forma correta.

A falta de clareza inicial sobre as recomendações, somada ao receio de reações, levou muitas famílias a adiar a prática.

Ainda assim, novas pesquisas mostram que a orientação está ganhando força e já provoca impacto positivo em milhares de lares.

Como funciona a alergia ao amendoim

A alergia ocorre quando o corpo interpreta as proteínas do amendoim como uma ameaça e reage liberando substâncias químicas que causam sintomas variados, desde urticária até anafilaxia.

Quando o sistema imunológico aprende cedo a reconhecer esse alimento como algo comum, a chance de reagir de forma exagerada diminui.

Como a introdução precoce deve ser feita

As diretrizes atuais recomendam oferecer amendoim e outros itens alergênicos entre quatro e seis meses de vida, sempre com orientação do pediatra.

Não é preciso grande quantidade: pequenas porções de manteiga de amendoim, iogurtes variados e alimentos similares já ajudam o sistema imunológico a criar tolerância.

Aos poucos, isso se torna parte da rotina alimentar da família.

O impacto para os pais

Muitos responsáveis ainda estranham a ideia, especialmente aqueles que cresceram com recomendações antigas.

No entanto, ao entender que a ciência mudou e que a prática tem respaldo sólido, o medo dá lugar à confiança.

Pais que já adotaram essa estratégia relatam que o processo é simples, seguro e traz tranquilidade para o futuro da criança.

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Pedro Ribeiro

Pedro Ribeiro

Jornalista formado pela Universidade Federal de Goiás. Colabora com o Portal 6 desde 2022, atuando principalmente nas editorias de Comportamento, Utilidade Pública e temas que dialogam diretamente com o cotidiano da população.

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