Universidades Federais: Congresso corta orçamento, que terá quase R$ 400 milhões a menos em 2026
Redução aprovada no Orçamento atinge despesas básicas e assistência estudantil, e reitores alertam para risco ao funcionamento das instituições

As Universidades Federais devem enfrentar um cenário ainda mais apertado em 2026. O Congresso Nacional aprovou um corte que reduz em quase R$ 400 milhões os recursos destinados às instituições no próximo ano, afetando diretamente despesas essenciais para o funcionamento do ensino superior público.
Com a decisão, o orçamento destinado às chamadas despesas discricionárias — que incluem gastos com água, energia elétrica, limpeza, vigilância, manutenção de prédios e programas de assistência estudantil — ficará menor do que o executado em 2025. Mesmo sem considerar a inflação, o valor aprovado representa um recuo significativo.
Segundo dados do próprio Orçamento, o montante destinado às universidades federais cai de cerca de R$ 6,8 bilhões para pouco mais de R$ 6,4 bilhões.
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Na prática, isso significa menos recursos para manter laboratórios, salas de aula, bibliotecas e serviços básicos em funcionamento ao longo do ano letivo.
A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), que representa os reitores das universidades federais, reagiu com preocupação.
A entidade afirmou que o corte aprofunda um quadro já crítico de subfinanciamento e pode comprometer atividades de ensino, pesquisa e extensão, pilares da atuação das instituições.
Além disso, a assistência estudantil foi uma das áreas mais afetadas. Programas de moradia, alimentação, transporte e bolsas para alunos em situação de vulnerabilidade social correm risco de sofrer restrições, justamente em um momento de ampliação do acesso ao ensino superior.
Outro ponto levantado pelos reitores é que os custos das universidades seguem em alta, especialmente com contratos de serviços terceirizados e reajustes obrigatórios.
Com menos dinheiro disponível, manter esses contratos passa a ser um desafio, o que pode resultar em cortes de serviços ou redução de funcionamento em alguns campi.
O corte aprovado pelo Congresso ocorre em meio a debates sobre prioridades orçamentárias e pressões de diferentes áreas por mais recursos.
Entidades ligadas à educação defendem que o ensino superior público é estratégico para o desenvolvimento do país e que a redução compromete investimentos em ciência, inovação e formação profissional.
A proposta orçamentária ainda precisa ser sancionada pela Presidência da República, e universidades e entidades estudantis articulam pedidos de recomposição dos recursos ao longo da tramitação final.
Enquanto isso, o cenário para 2026 é de alerta. Com menos dinheiro em caixa, as universidades federais terão de lidar com escolhas difíceis para manter suas atividades básicas e garantir o atendimento a milhões de estudantes em todo o país.
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