Megafazenda no deserto produz 60 mil toneladas de camarão por ano e transforma 65 km da costa em polo de aquicultura no Mar Vermelho

Projeto de escala global aposta em modelo totalmente integrado, une tecnologia, produção em larga escala e prepara expansão histórica

Gabriel Yuri Souto Gabriel Yuri Souto -
Megafazenda no deserto produz 60 mil toneladas de camarão por ano e transforma 65 km da costa em polo de aquicultura no Mar Vermelho
(Foto: Reprodução)

Em uma região marcada pelo clima árido e pela escassez de água doce, uma megafazenda de aquicultura instalada no litoral da Arábia Saudita vem chamando atenção do mundo. Localizado às margens do Mar Vermelho, o projeto conseguiu transformar 65 quilômetros de costa desértica em um dos maiores polos de produção de camarão do planeta.

Atualmente, a operação produz cerca de 60 mil toneladas de camarão por ano, número que coloca o empreendimento entre os mais relevantes do setor global de aquicultura. A produção é conduzida pela NAQUA (National Aquaculture Group), empresa saudita que se tornou referência em cultivo marinho em ambientes extremos.

O diferencial do projeto está no modelo 100% integrado. A empresa controla todas as etapas do processo, desde a reprodução das larvas, produção da ração, engorda nos viveiros, processamento industrial e logística de exportação. Com isso, reduz custos, aumenta o controle sanitário e garante padrão internacional de qualidade.

Além do camarão, a fazenda também cultiva peixes marinhos, como o barramundi, ampliando a diversidade da produção e fortalecendo a segurança alimentar do país. Boa parte do que é produzido segue para exportação, atendendo mercados da Ásia, Europa e Oriente Médio.

Mesmo em pleno deserto, o projeto utiliza tecnologia avançada para monitorar a qualidade da água, o bem-estar dos animais e o impacto ambiental. Sensores, automação e controle digital fazem parte da rotina, permitindo produção em larga escala sem depender de métodos tradicionais intensivos em recursos naturais.

A megafazenda também se insere na estratégia nacional conhecida como Visão Saudita 2030, que busca reduzir a dependência do petróleo, diversificar a economia e fortalecer a produção de alimentos. Nesse contexto, a aquicultura aparece como setor estratégico para geração de empregos e exportações.

Atualmente, o complexo emprega milhares de trabalhadores e movimenta uma cadeia produtiva que envolve transporte, indústria, tecnologia e comércio internacional. Ao mesmo tempo, impulsiona o desenvolvimento de regiões antes consideradas improdutivas.

Para os próximos anos, o plano é ainda mais ambicioso. A empresa prepara uma expansão que pode elevar a produção total para até 250 mil toneladas por ano, consolidando definitivamente o Mar Vermelho como um dos maiores polos de aquicultura do mundo.

O projeto mostra como inovação, investimento e planejamento conseguem reverter limitações naturais. Onde antes havia apenas deserto, hoje existe um dos maiores exemplos globais de produção sustentável de alimentos em ambiente extremo.

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Gabriel Yuri Souto

Gabriel Yuri Souto

Redator e gestor de tráfego. Especialista em SEO.

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