Motorista de app em Goiânia dá testemunho de como se livrou de 20 anos de cadeia
O que era para ter sido uma simples corrida se transformou em uma extensa e dolorosa batalha na Justiça

Em um relato que mais parece o roteiro de uma produção hollywoodiana, o motorista de aplicativo Antônio Neto (@oantonionetoo) viralizou nas redes sociais contando como uma corrida em Goiânia quase o colocou por 20 anos na cadeia.
Tudo começou ainda em 2020 quando, durante a pandemia, estava rodando quando surgiu a oportunidade de uma viagem por fora do aplicativo.
“Quem é motorista de aplicativo sabe que corrida particular paga melhor, porque você não tem que dar aquela parte do aplicativo”, comentou.
E assim foi feito. Após acordar o valor de R$ 50 pela viagem, deu-se início ao trajeto. Após chegar ao destino, o passageiro pediu apenas para que ele aguardasse um pouco, pois já iria pegar o dinheiro.
“Eu tava mexendo no meu celular, distraído, coisa de no máximo quatro minutinhos ele voltou, apontou a arma e disse para correr porque iam matar a gente”, contou.
Sem tempo de entender o que estava acontecendo, Antônio pode apenas obedecer e levar o indivíduo rapidamente ao mesmo local onde o havia pego, enquanto eram perseguidos por uma HB20.
Foi ao longo da perseguição que o suspeito se virou e atirou contra o automóvel que vinha logo atrás, contribuindo ainda mais para o desespero da situação.
Por fim, antes que pudesse voltar ao ponto de origem, o motorista foi cercado por quatro viaturas e, aliviado, pensou que tudo tinha acabado.
“Obviamente eu parei imediatamente, levantei a mão e falei que era motorista de aplicativo. No momento da abordagem o policial mandou mostrar a corrida, mas eu falei que era particular [e não tinha o registro] e fui preso como cúmplice”, relembrou.
Foi então que Antônio descobriu que, no meio-tempo em que aguardava o passageiro ir buscar o dinheiro, ele, na verdade, estava assaltando um estabelecimento. Como se a situação por si só já não fosse o bastante, o tiro disparado no meio da fuga enquadrava o caso como tentativa de latrocínio, crime com uma pena extremamente severa no Brasil.
Assim, além de ter tido de passar o final de semana na delegacia, deu-se início a uma grande batalha judicial que só teve uma conclusão recentemente, com a tão aguardada absolvição.
“Agora eu vou falar para vocês o que Deus fez na minha vida: começou colocando advogados excelentes na minha vida […] toda minha família abraçou a causa, todo mundo conhece a minha índole”, comentou.
Em mais um agradecimento a Deus, ele levantou o fato de as próprias vítimas do estabelecimento vítima da tentativa de assalto testemunharam em favor dele.
Nos comentários, os internautas ficaram incrédulos e, apesar de se mostrarem aliviados com a resolução do conflito, também apontaram falhas na conduta do motorista.
“Cara, tu baixou a guarda demais. Como tu vai fazer uma corrida particular pra alguém que tu não conhece? E se caso tu conhecesse esse indivíduo aí, então melhora teu círculo de amizade”, ponderou um.
“Sou motorista de aplicativo e jamais pego corrida particular justamente por esse tipo de situação que aconteceu. Inclusive quem me deu essa dica foi um policial conhecido nosso. Inclusive sobre recolher mercadorias, somente através do aplicativo. Esses dias fui fazer uma corrida com parada, peguei o cara na casa dele, e ele foi até uma casa na Vila Pedroso, chegando na parada ele disse que só ia pegar um negócio e voltava. Passou 5 min e nada do cara voltar. Pois deixei ele lá quando um sinal de alerta ligou na minha cabeça. Infelizmente devemos ser mais maliciosos e prever que certas situações podem acontecer”, disse outra.
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