‘Vou pedir a prisão ainda hoje’, diz Vanderic sobre empresário bêbado que matou entregador
Fernando ainda não esteve na DICT para prestar depoimento e não entrou em contato com a família da vítima para prestar apoio
Um total de 15 pessoas, conforme a Delegacia Especializada em Investigação de Crimes de Trânsito (DICT), morreram neste ano vítimas de acidentes nas ruas de Anápolis.
Este número, registrado em tão pouco tempo, é próximo da quantidade de homicídios na cidade, atualmente na casa dos 20.
Preocupante, a realidade de 2019 ganhou contornos de revolta com o caso mais recente, em que um empresário extremamente bêbado matou um entregador da LeoMed, na calçada do estabelecimento, na movimentada Avenida Brasil Norte.
Mesmo vitimando Marlon Regis Santana de Souza, de 42 anos, o motorista Fernando de Medeiros Cordeiro, de 35 anos, foi liberado no plantão da Central de Flagrantes após pagar fiança de R$ 2 mil.
“O delegado plantonista entendeu que o motorista não foi responsável porque uma testemunha afirmou que ele foi fechado por outro carro, tentou desviar, perdeu controle e colidiu contra a vítima. Eu não concordo, eu divirjo desse entendimento. Esse inquérito vai ser remetido a mim e vou reverter em homicídio doloso, lesão corporal dolosa e embriaguez. Vou pedir a prisão preventiva dele hoje à tarde e vamos ver o que o Poder Judiciário vai responder”, contou Manoel Vanderic, titular da DICT, ao Portal 6.
De acordo o delegado, o próprio depoimento do empresário demonstra que ele também estava em alta velocidade quando tudo aconteceu e, por isso, não haveria motivos para um indiciamento só por embriaguez.
“Existe um instituto jurídico que se chama culpa concorrente, nessa situação nenhuma das responsabilidades são abatidas. Pela imagem dá para ver que a colisão foi em alta velocidade. Se ele não estivesse bêbado ou correndo, o resultado seria outro com certeza. Para mim ficou claro que ele [Fernando] foi responsável. Mesmo se houve a participação de um terceiro, e nós vamos analisar isso, ele seria indiciado junto com o motorista e não no lugar dele”, afirmou.
Fernando ainda não esteve na DICT para prestar um novo depoimento e, segundo Vanderic, também não entrou em contato com a família de Marlon para prestar qualquer apoio.