Passaporte da vacina está longe de ser realidade em Anápolis e são vários os porquês
Especialista, no entanto, aponta vantagens que essa medida traria localmente no controle de variantes da Covid-19
Após o recuo do vereador João da Luz (DEM) na iniciativa de implementar o “passaporte da vacina” em Anápolis, é bem provável que a pauta não volte a ser discutida pelas autoridades públicas.
Isso porque o Portal 6 apurou junto à Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) e demais fontes internas da Prefeitura que sequer existe uma discussão em prol da efetuação da medida.
O entendimento da gestão é que a última nota técnica da Semusa, publicada no Diário Oficial do Município (DOM) no dia 23 de novembro, já contempla diversas das propostas oferecidas pelo próprio passaporte.
O documento prescreve, por exemplo, a necessidade de comprovação de imunização ou apresentação de teste negativo para a doença em um período de até 48 horas, de forma muito semelhante ao sistema que vem sendo utilizado em diversos países da Europa e até mesmo em alguns estados brasileiros.
A grande diferença fica por conta das proporções, já que a nota da pasta exige este material apenas em eventos privados de bilheteria, com público superior a 1 mil pessoas, enquanto o passaporte seria requerido em qualquer estabelecimento.
Em tempo
A ideia chegou a ser apresentada na Câmara Municipal pelo parlamentar ainda no mês de agosto, via projeto de Lei.
Porém, a forte repercussão negativa que a proposta causou na camada mais conservadora da população anapolina fez com que ele desistisse de dar continuidade na iniciativa.
“Vamos solicitar o arquivamento porque de forma alguma queremos tirar o direito de ir e vir do cidadão. Um passaporte sanitário é competência do Executivo e vamos apresentar indicação”, afirmou o vereador à época.
Especialista
Em entrevista ao Portal 6, o médico infectologista, Marcelo Daher, explicou que a medida poderia, sim, ser uma boa opção para o controle da doença em Anápolis.
“Garantir que a pessoa esteja vacinada antes de entrar em algum local ou evento é, com certeza, algo muito útil dentro deste momento de circulação do vírus Delta e entrada do Ômicron”, explicou.
“Em um cenário de aumento de contaminações e número de casos, o ambiente altamente vacinado impede que o cenário também se torne de aumento de internações e óbitos”, completou o especialista.
Marcelo Daher também sustentou que esta exigência é uma garantia de saúde pública, principalmente na tentativa de evitar uma nova onda de contaminação, como a presenciada em março deste ano.