Influenciadora que fez vídeo do Bradesco para reduzir carne diz ter ficado frustrada com banco

Ela diz que sugestão partiu dela, mas que roteiro e versão final foram aprovados pela instituição

Folhapress Folhapress -
Influenciadora que fez vídeo do Bradesco para reduzir carne diz ter ficado frustrada com banco
(Foto: Reprodução)

Joana Cunha, de SP – As influenciadoras que produziram o vídeo do Bradesco sugerindo redução no consumo de carne dizem que ficaram frustradas com a decisão do banco de remover o conteúdo da internet.

O material, divulgado nas redes sociais no mês passado para promover um aplicativo do banco que calcula pegadas de carbono, foi tirado do ar após irritar o agronegócio e levou o presidente do Bradesco a se retratar.

Para Mariana Prado Moraes, influenciadora que participou do vídeo, os churrascos em frente às agências como forma de protesto ajudaram a manter o tema na pauta.

“Foi uma reação de ódio para o convite feito pela segunda-feira sem carne, mostrando como o tema incomoda alguns grupos, mas as mudanças climáticas precisam ser discutidas, independentemente do incômodo gerado”, diz Moraes, que representa o grupo de três irmãs Verdes Marias.

O trio, que tem cerca de 28 mil seguidores no Instagram, publica conteúdos nas redes sociais para incentivar a vida sustentável por meio de pequenas mudanças no dia a dia, como reciclagem, consumo de alimentos orgânicos e uso de absorventes e fraldas de pano.

Moraes diz que a sugestão de citar a segunda-feira sem carne no vídeo partiu delas, mas o roteiro e a versão final foram validados e aprovados previamente pelo Bradesco.

“O tema da mudança de hábito em relação à alimentação precisa ser colocado na pauta, e isso aconteceu com o vídeo. O IPCC [Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas] deixou claro em seu último relatório que o clima da Terra está mudando e que o ser humano tem interferência nisso. Entre as ações trazidas, o impacto da pecuária é um deles”, diz.

Ela afirma que o Verdes Marias permanece em diálogo com o Bradesco. Mas, ainda em dezembro, o banco escreveu uma carta aberta ao agronegócio, em que tentou se desvincular do conteúdo. No documento, afirmou que tomaria ações administrativas internas por causa do ocorrido.

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