Cliente do iFood reclama de “entregador negro” no aplicativo e causa revolta em Goiânia

Conta foi identificada como sendo de um adolescente, já ouvido pelas autoridades. Defesa dele diz que o perfil foi clonado

Augusto Araújo Augusto Araújo -
Cliente do iFood reclama de “entregador negro” no aplicativo e causa revolta em Goiânia
Comentário racista em aplicativo de entregas causou revolta em Goiânia. (Foto: Reprodução).

A Polícia Civil (PC) de Goiânia está investigando um caso de racismo que gerou revolta na capital na última sexta-feira (21).

Após receber um lanche por aplicativo de entregas, um cliente, identificado com um adolescente de 15 anos, teria dado uma avaliação negativa para o estabelecimento e justificou: “entregador negro”.

O restaurante Júnior Burg’s e Açaiteria, responsável pelo pedido, respondeu na própria plataforma, repudiando o comentário ofensivo e exigindo respeito.

“Estamos aqui em busca de oferecer oportunidade ao próximo independente de sua cor, seja mais humano você não e [sic] melhor que ninguém, pois somos todos iguais independente de cor e raça”.

A entrega foi feita na quinta-feira (20), próximo às 00h. Segundo o entregador, o rapaz teria agido normal, e quando pegou o pedido “só olhou indiferente”.

“Quando voltei para a lanchonete vi o comentário no aplicativo. E olha que não sou negro, mas estava de máscara. Muito constrangedor. Estou abalado”, contou ao G1.

Após a repercussão do caso, um grupo de entregadores fez um buzinaço contra racismo na porta do condomínio de onde foi pedido o lanche, no Setor Vila dos Alpes.

A defesa do garoto alega que a conta do adolescente teria sido clonada e que o ele não enviou as mensagens para o estabelecimento.

Ao O Popular, a advogada Fabiana Castro afirmou que no perfil dele estão registrados pedidos em cidades de São Paulo, Sergipe e Alagoas, lugares que ele nunca teria ido.

Além disso, a defesa apontou que o garoto já teria presenciado casos de racismo com o próprio pai, que é negro, e que tal comentário não condiz com o perfil dele.

O adolescente prestou depoimento à PC nesta sexta-feira (21), acompanhado pela mãe.

O entregador deve ser ouvido pelo Grupo Especializado no Atendimento às Vitimas de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Geacri) na próxima segunda-feira (24).

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