Duas goianas são homenageadas na lista de 20 mulheres de sucesso da Forbes
Ludhmila Hajjar tem atuação importantíssima na medicina e Vercilene Dias foi a primeira quilombola a ter título de mestre em Direito no Brasil
Duas goianas foram homenageadas pela revista Forbes Brasil, que divulgou nesta semana a lista de 2022 de 20 mulheres de sucesso, que se destacam nas áreas em que atuam.
A primeira delas é a Dra. Ludhmila Hajjar. Nascida em Anápolis, ela se graduou em medicina pela Universidade de Brasília (UnB) e possui vasta carreira na área de cardiologia.
Atualmente, ela é professora na Universidade de São Paulo (USP) e coordena o setor de cardiologia no Instituto de Câncer do estado paulista.
Ela chamou a atenção também pela atuação ao chefiar uma UTI destinada ao tratamento de Covid-19 no Hospital das Clínicas da USP.
“É gratificante ser reconhecida pelo meu trabalho e sentir que contribuo para o setor da saúde no meu país”, afirmou a médica em postagem nas redes sociais.
Em 2021, Ludhmila foi cotada para ser ministra da Saúde, e chegou a se encontrar com o presidente Jair Bolsonaro, mas acabou recusando a oferta após divergências quanto à atuação dela no cargo.
A outra goiana lembrada na lista da Forbes é a advogada Vercilene Dias, nascida na comunidade Kalunga, em Cavalcante, cidade na região Nordeste de Goiás.
Com apenas 06 anos de idade, ela precisou saiu da casa dos pais e morar em outro território Kalunga para conseguir estudar.
Ainda criança, ela teve de fazer serviços como doméstica, em troca de casa e comida, além de se manter estudando.
Formada na Universidade Federal de Goiás (UFG), a advogada se tornou a primeira quilombola a ter título de mestre em Direito no Brasil e a ser aprovada no exame da Ordem dos Advogados do Brasil, seção Goiás (OAB-GO), segundo a própria instituição de ensino.
“Um dos momentos mais felizes foi quando minha irmã, que não sabia ler, soletrou meu nome na lista de aprovados para a UFG”, relembrou.
Vercilene atualmente chefia o departamento jurídico da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq), na defesa dos direitos da população quilombola de todo o país.
“Além do reconhecimento individual, é um reconhecimento coletivo, não só do território kalunga ou das 58 comunidades quilombolas do estado de Goiás, mas das mais das 6 mil comunidades quilombolas do Brasil. É uma luta por direitos”, disse em entrevista ao G1 Goiás.