Israel ataca instalações do Hamas em Gaza após ser alvo de disparo de foguetes
Fronteira passava por um período de relativa calma desde maio de 2021, quando israelenses e palestinos travaram um conflito de 11 dias
Ataques aéreos de Israel atingiram instalações militares da facção radical Hamas na Faixa de Gaza, neste sábado (18), em resposta ao disparo de foguetes do enclave palestino, liderado pelo movimento islâmico.
Não há, até o momento, registro de feridos em Gaza ou em Israel, que interceptou um foguete lançado da cidade de Ashkelon, disparando sirenes de ataque aéreo e o envio de moradores para abrigos antiaéreos.
“Em resposta ao ataque com foguete, aeronaves das Forças de Defesa de Israel atingiram vários alvos terroristas do Hamas na Faixa de Gaza”, afirmou Tel Aviv em um comunicado. Segundo o canal de notícias Al Jazeera, os ataques israelenses atingiram terras agrícolas em Gaza. O grupo palestino, por suavez, chamou a resposta israelense de “extensão da agressão a todos os territórios palestinos”.
“A ocupação de Israel está tentando desesperadamente parar a luta palestina”, disse o porta-voz do Hamas, Hazem Qasem, em comunicado à imprensa. Ele também afirmou que o grupo “continuará a luta legítima contra a ocupação até alcançar suas aspirações de liberdade e independência”.
A fronteira entre Israel e Gaza passava por um período de relativa calma desde maio de 2021, quando israelenses e palestinos travaram um conflito de 11 dias. Embora o episódio deste sábado não pareça sinalizar uma escalada, a violência aumentou na Cisjordânia ocupada e em Israel nos últimos meses.
Na sexta (17), soldados israelenses mataram três palestinos armados na cidade de Jênin. Uma das vítimas era membro do Hamas, e os outros dois seriam ligados ao grupo palestino Jihad Islâmica. Israel, por sua vez, afirmou que suas tropas foram atacadas, em uma operação para confiscar armas.
Segundo o Ministério da Saúde da Palestina, mais de 60 cidadãos foram mortos por forças de Israel em 2022. Por outro lado, ataques terroristas em cidades israelenses causaram 20 mortes desde março.
Em um dos embates, também em Jênin, a jornalista palestino-americana Shireen Abu Akleh, que trabalhava para a Al Jazeera, foi morta, em um episódio que causou manifestações de repúdio em todo o mundo. O caso é investigado –palestinos acusam disparos israelenses pela morte da profissional.
Relatório encomendado pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU divulgado no início do mês atribuiu à ocupação contínua de territórios palestinos por Israel a responsabilidade pelo ciclo de violência na região.
O material é fruto de uma comissão independente formada por três membros –Índia, África do Sul e Austrália– e criada pelo braço de direitos humanos das Nações Unidas após o estopim do conflito entre Israel e Hamas em maio do ano passado, que deixou mais de 240 mortos.
Israel condenou o documento e o classificou de “desperdício de dinheiro público”. O presidente dos EUA, Joe Biden, deve se encontrar com líderes dos dois lados durante uma viagem à região em julho.