Parlamentares do PSOL pedem que Bolsonaro seja investigado por abandono de cargo público

Levantamento de horas trabalhadas levou em consideração os compromissos apontados na agenda oficial divulgada pelo Palácio do Planalto

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Ex-presidente Jair Bolsonaro. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress)Parlamentares do PSOL pedem que Bolsonaro seja investigado por abandono de cargo público
Ex-presidente Jair Bolsonaro. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress)

MÔNICA BERGAMO

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Parlamentares do PSOL em São Paulo enviaram à Procuradoria-Geral da República (PGR) uma notícia-crime em que acusam o presidente Jair Bolsonaro (PL) de abandono de cargo público.
A iniciativa é de autoria do deputado estadual Carlos Giannazi, do vereador da capital Celso Giannazi e da primeira suplente do partido em São Paulo para a Câmara dos Deputados, Luciene Cavalcante.

Os signatários afirmam que, desde a sua derrota para Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o presidente da República “tem apresentado exagerada ausência do cargo e de suas funções”.

De acordo com os integrantes do PSOL, entre 31 de outubro deste ano e a última segunda-feira (21), Bolsonaro trabalhou por apenas 22 horas e 30 minutos em dias úteis -ou menos de uma hora e meia por dia.

O levantamento levou em consideração os compromissos apontados na agenda oficial divulgada pelo Palácio do Planalto. Na notícia-crime, o saldo é apontado como indicativo de que houve “explícito abandono de função, sem permissão ou regularização”.

O mandatário recebeu o diagnóstico de erisipela na semana seguinte à eleição. Recluso no Palácio da Alvorada, recebeu poucas pessoas e delegou funções ao vice-presidente, Hamilton Mourão.

Além do recebimento de notícia-crime pela PGR, Carlos Giannazi, Celso Giannazi e Luciene Cavalcante pedem a abertura de um inquérito civil para que seja investigado eventual ato de improbidade administrativa.

Os parlamentares e a suplente do PSOL afirmam que, caso não seja identificado o crime de abandono de cargo público, o presidente Jair Bolsonaro pode estar incorrendo “em explícito ato de improbidade administrativa” por não tornar públicos seus compromissos oficiais.

Como mostrou a Folha de S.Paulo, Bolsonaro tem vivido uma rotina de reclusão, com agenda oficial enxuta e número reduzido de postagens em suas redes sociais, meios que adotou como principal forma de comunicação ao longo de seu mandato.

No cenário internacional, o presidente ausentou-se da COP27, ocorrida no Egito, e não foi à reunião da cúpula do G20, na Indonésia.

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