O pior presente de natal que o Brasil poderia receber foi dado pela classe política

Qual a melhor palavra para descrevermos o aumento de 38% para o próprio salário e de 10% para o salário mínimo?

José Fernandes José Fernandes -
O pior presente de natal que o Brasil poderia receber foi dado pela classe política
(Foto: Reprodução)

Os políticos em Brasília estão trabalhando muito, até de madrugada. Essa semana aprovaram um aumento salarial para eles mesmos, para o presidente, vice, ministros e servidores do alto escalão. Ontem aprovaram o Orçamento e o salário mínimo vai para R$ 1.320.

Qual a melhor palavra para descrevermos o aumento de 38% para o próprio salário e de 10% para o salário mínimo?

Adam Smith, há mais de 200 anos, disse que “o bom senso na condução das finanças vale para uma família, uma empresa, uma nação e um governo”.

O problema não é o valor do salário desses ilustres parlamentares. Nos países desenvolvidos, o salário é ainda maior. A questão é o tanto que produzem e também a desproporção em relação ao que ganha a população.

Com esse aumento do salário dos congressistas, o Brasil assume o topo do ranking dos países com maior disparidade salarial entre políticos e o povo. Agora, vão ganhar 15 vezes mais do que a média da população. Enquanto nos países ricos, os políticos ganham pouco mais do que o dobro da renda da população.

Nos últimos 10 anos, a renda real do brasileiro caiu 5%, e agora o salário dos políticos sobe até 38%. É o dinheiro suado do brasileiro que trabalha muito e ganha pouco, sustentando a elite que trabalha pouco e ganha muito.

Os deputados estaduais mineiros e maranhenses já entraram na onda e aumentaram o salário. Em Goiás, a sessão extraordinária para votar já está marcada. Certamente vereadores do país inteiro ficarão de olho nesse aumento.

Ufa! Que final de ano!

Tantos presentes de Natal.

PEC do Lula aprovada autorizando mais gastos, aumento do salário das elites, pseudoaumento do salário mínimo e o país com dívidas crescentes.

Uma nação que se endivida, precisa produzir mais, fazer a economia crescer e reduzir gastos. A dívida traz um alívio no curto prazo, mas estamos gastando nosso futuro agora no presente. Serve para Anápolis também.

E o Natal de vocês leitores?

José Fernandes é médico (ortopedista e legista) e bacharel em direito. Atualmente vereador em Anápolis pelo MDB. Escreve todas às sextas-feiras. Siga-o no Instagram.

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