O que aprendi com um exemplo grotesco que atendi no IML

"E o que quero com isso? Falar sobre ambientes e pessoas tóxicas, principalmente no trabalho. E como isso pode afetar a sua saúde mental/emocional"

José Fernandes José Fernandes -
O que aprendi com um exemplo grotesco que atendi no IML

A história é que o pai espancou a filha. Ela é maior de idade e gestante de sete meses. Ele já idoso. Após atendê-los, a conclusão de que nenhum tinha razão. Ele, por agredir fisicamente e ter abusado sexualmente da mesma desde os 12 anos de idade. Ela, por sequer respeitar o filho prestes a nascer, usando drogas, bebidas e se prostituindo. Sendo que o seu tio paterno é o principal “cliente”. O gatilho da confusão foi após o flagrante do pai vendo o irmão tendo relação com a gestante.

Esse é um exemplo real que atendi. E o que quero com isso? Falar sobre ambientes e pessoas tóxicas, principalmente no trabalho. E como isso pode afetar a sua saúde mental/emocional.

O uso do termo “tóxico” é para definir o que produz efeitos nocivos ao organismo. É identificar pessoas e ambientes hostis, que colocam o seu cérebro sob ameaça, provocando reação de luta ou de fuga. E ficar à beira do colapso de sua saúde.

Trabalho no IML há mais de 10 anos e tenho plena consciência de que os efeitos de um ambiente de trabalho tóxico pode levar a um acúmulo de lixo emocional. Na política não é diferente. Há um excesso de pessoas cegas pelo poder e indiferente a dor dos outros. 

E no seu trabalho, leitor? Na sua casa? O acúmulo desse lixo emocional pode transbordar e gerar doenças como: depressão, ansiedade, pânico, insônia. A pessoa se irrita facilmente, preocupa em excesso com coisas que sequer aconteceram, julga outras pessoas sem a conhecerem, reage desproporcionalmente quando se sentem ofendidas. São pessoas que prejudicam todos à sua volta.

Não fui indiferente à prostituta grávida que atendi, machucada fisicamente e emocionalmente. Não posso expor tudo o que disse, mas para finalizar esse texto quero ressaltar pontos importantes para a solução:

1) Faça uma “selfie” de suas emoções. A cura começa por aí;

2) Joguem fora esses lixos tóxicos;

3) Fique longe de fofocas e haters;

4) Busque ajuda. O silêncio infecciona essas feridas emocionais.

É isso.

José Fernandes é médico (ortopedista e legista) e bacharel em direito. Atualmente vereador em Anápolis pelo MDB. Escreve todas às sextas-feiras. Siga-o no Instagram.

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