Universitária discriminada pela idade recebe homenagem de colegas
Alunos entregaram flores e chocolates para a colega que publicou imagem do momento em suas redes sociais
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Patrícia Linares, 44, estudante de biomedicina que sofreu discriminação em razão de sua idade em vídeo que viralizou no fim de semana, recebeu uma homenagem nesta segunda (13).
Em solidariedade após o caso de etarismo, colegas entregaram flores e chocolates para a universitária, que publicou imagem do momento em suas redes sociais.
“O que são esses veteranos? Gigantes! E eu? Muito sortuda por estar rodeada de amor”, escreveu ela.
Linares estuda na Unisagrado, universidade particular de Bauru, no interior paulista. Em nota publicada no Instagram, a instituição diz não compactuar com qualquer tipo de discriminação e acreditar “que todos devem ter acesso à educação de qualidade, desde pequenos até quando cada um quiser, porque educação é isso: autonomia. Isso tudo faz sentido para nós”.
As três estudantes que debocharam da idade da colega no vídeo que ganhou as redes na última sexta-feira (10) foram identificadas como Bárbara Calixto, Beatriz Pontes e Giovana Cassalatti, todas graduandas do curso de biomedicina.
Na gravação, uma ironiza: “Gente, quiz do dia: como ‘desmatricula’ um colega de sala?”. Em seguida, outra diz: “Mano, ela tem 40 anos já. Era para estar aposentada”. “Realmente”, declara uma terceira.
A jovem que grava o vídeo fala: “Gente, 40 anos não pode mais fazer faculdade. Eu tenho essa opinião”.
Após repercussão da publicação, Bárbara Calixto afirmou estar arrependida e declarou que o vídeo foi uma brincadeira de mau gosto. “Nunca foi na intenção de dizer que pessoas de mais idade não podem adquirir uma graduação, pois não tenho esse pensamento. Foi uma fala imprudente e infeliz que tomou uma proporção que não imaginávamos”, disse.
Segundo Calixto, a universidade orientou as estudantes e “deu a oportunidade de recomeçar e amadurecer, mudar nossos pensamentos e perceber que comentários assim, sendo brincadeira ou não, são levados muito a sério”.
As outras duas estudantes não se manifestaram. A reportagem tentou falar com elas na tarde desta segunda-feira (13), mas não recebeu resposta.
Uma sobrinha de Linares se manifestou nas redes criticando a atitude das estudantes.
“Minha tia, de 40 anos, sempre batalhou trabalhando sem parar desde pequena com as irmãs, para ajudar a minha avó e cuidar dela. Ela sempre teve o sonho de estudar e nunca teve oportunidade.
Hoje, ela conseguiu entrar em um curso que ela sempre quis e estava muito feliz e animada para começar as aulas, e daí surgem três meninas que só vivem na própria bolha, gravando vídeo zombando pela minha tia ser a mais velha da turma. Que tipo de tratativa vocês vão dar para essas alunas de vocês? Que tipo de profissional essas meninas vão ser? Fico indignada.”