A Santa Casa está prestes a fechar as portas, mas a Prefeitura de Anápolis parece não se importar. Te explico!

Desde então, o foco da gestão tem sido prestar o serviço de saúde à população (90% do atendimento continua SUS), principalmente nas áreas de maternidade e oncologia, enquanto busca o equilíbrio financeiro

José Fernandes José Fernandes -
(Foto: Arquivo Pessoal)
(Foto: Arquivo Pessoal)

O Pronto-Socorro da Santa Casa, em Anápolis, fechou em 2021. Não é mais porta aberta, como antes, para atender às demandas espontâneas. A direção da instituição foi enfática em dizer, à época, que o PS “morreu de desnutrição”. Em outras palavras, faltou dinheiro!

Desde então, o foco da gestão tem sido prestar o serviço de saúde à população (90% do atendimento continua SUS), principalmente nas áreas de maternidade e oncologia, enquanto busca o equilíbrio financeiro.

Essa semana, toda a diretoria do hospital, liderada pelo Dom João Wilk e Dom Dilmo, foi até à Câmara dos Vereadores. Expuseram de forma clara e direta a situação alarmante que se encontra a Santa Casa. Mais de R$ 1 milhão/mês de déficit.

Alguns vereadores suscitaram a necessidade de reabrir o Pronto-Socorro, fechado há dois anos. O hospital foi bem claro em rebater dizendo:

“O município chamou para si a responsabilidade, estruturando suas UPAs, no atendimento de urgência e emergência. Se há o desejo de abrir uma nova porta, essa estratégia tem que partir do município e não da Santa Casa”.

E completou: “A Santa Casa está à beira de um colapso, e pode parar amanhã”. A direção lembrou que a responsabilidade de manter o serviço aberto é do gestor público nas três esferas: 50% federal (em 2022, mandou pouco mais que isso), 25% do estado (pagou 16%) e 25% municípios (acreditem se quiser: pagou 0,1%).

Aprovamos na Câmara, por iniciativa do sr. prefeito, o fomento de R$250 mil/mês para Santa Casa. Como enfatizou o hospital, esse recurso não é uma ajuda a instituição. Mas é uma questão de dar equilíbrio, para continuar prestando serviço à população.

Termino dizendo que a Prefeitura foi omissa nesses últimos anos, ajudando a comprometer o funcionamento da Santa Casa. Torço para que os repasses saiam dos míseros 0,1% para 25%. Ao menos agora, no final da gestão desse prefeito, reparando o erro do passado recente.

Anápolis precisa dos anapolinos.
É isso!

José Fernandes é médico (ortopedista e legista) e bacharel em direito. Atualmente vereador em Anápolis pelo MDB. Escreve todas às sextas-feiras. Siga-o no Instagram.

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