O que você precisa saber sobre vitaminas e oligoelementos

Compostos são extremamente necessários para o bom funcionamento do corpo

Rizek Hajjar Gomides Rizek Hajjar Gomides -
O que você precisa saber sobre vitaminas e oligoelementos
(Foto: Ilustração/Karolina Grabowska/Pexels)

Quais as principais indicações para a dosagem das vitaminas mais comumente solicitadas na prática clínica?

Embora a dosagem dos níveis séricos de várias vitaminas esteja amplamente disponível, não se recomenda realizar testes para deficiências em adultos assintomáticos, uma vez que os níveis desses nutrientes podem variar ao longo do dia e podem ser afetados por doenças subjacentes, não refletindo necessariamente uma deficiência real.

As vitaminas devem ser dosadas em situações específicas, quando há suspeita ou risco de deficiência ou excesso desses nutrientes, sempre com base na avaliação clínica do paciente, levando-se em consideração sintomas, dieta, uso de suplementos e outros fatores de risco.

Vitamina A

Indicada para pacientes com condições que afetam a absorção de gorduras, como doenças hepáticas ou pancreáticas, ou em casos de suspeita de deficiência.

Vitamina B6

Pode ser necessária em pacientes com neuropatias periféricas ou condições que afetam o metabolismo da vitamina, como alcoolismo, doenças intestinais mal-absortivas e uso de medicamentos, como iso- niazida e penicilaminas.

Vitamina B12 e ácido fólico

Indicada para pacientes com anemia macrocítica, neuropatia periférica, história de cirurgias gástricas ou intestinais e pessoas com dieta vegetariana ou vegana.

Vitamina C

Pode ser recomendada em pacientes com dietas restritivas com sintomas sugestivos de deficiência.

Vitamina D

A dosagem da vitamina D ou 25OHD é recomendada em indivíduos com risco de deficiência, como ido- sos, pessoas com exposição limitada ao sol, pacientes com doenças intestinais ou insuficiência renal.

Vitamina E

Indicada em pacientes com condições que afetam a absorção de gorduras, como doenças hepáticas ou pancreáticas, ou em casos de suspeita de deficiência.

Vitamina K

Pode ser realizada em pacientes com sangramento inexplicável ou em uso de anticoagulantes orais.

Zinco

Deficiência leve de zinco

Redução leve da imunidade, perda de paladar e olfato, cegueira noturna, diminuição da espermatogênese e, às vezes, dermatite psoriasiforme leve.

Deficiência grave de zinco

Dermatite (tipicamente lesões eritematosas, descamativas, vesicobolhosas ou pustulosas nas áreas perioral e perianal ou nas superfícies extensoras dos membros), função imunológica gravemente deprimida, infecções frequentes, diarreia e alopecia.

Selênio

A deficiência de selênio é uma condição rara, que pode ser observada em pacientes provenientes de áreas onde há baixo consumo alimentar, especialmente na China, pacientes em uso prolongado de nutrição parenteral total, naqueles submetidos à ressecção intestinal e portadores de doença de Crohn.

As principais manifestações clínicas da deficiência de selênio são dor e fraqueza muscular, cardiomiopatia com arritmia, anemia e osteoartrite.

Quando associada à deficiência de iodo, pode levar ao hipotireoidismo.

Assim, a dosagem de vitaminas e oligoelementos não deve ser feita de maneira rotineira e indiscriminada, mas sim, realizada com base na avaliação clínica do paciente, levando-se em consideração a presença de sinais e sintomas, a história patológica pregressa, os hábitos de vida, a ingestão oral de nutrientes, o uso de fármacos e de suplementos e outros fatores de risco, como gestação ou doenças crônicas.

Em indivíduos saudáveis, os níveis plasmáticos de vitaminas e oligoelementos elementos podem variar e não refletir necessariamente deficiência ou excesso. Assim, a dosagem laboratorial desses elementos, sem uma indicação clínica específica, pode levar a diagnósticos e tratamentos inadequados.

Rizek Hajjar Gomides é médico, formado pela Uniceplac – Brasília. Especialista em Clínica Médica pelo Hospital IGESP – SP. Especialista em Cardiologia pelo Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – InCor. Fellow em CardioOncologia pelo Instituto do Câncer do Estado de São Paulo – ICESP e InCor. Tem consultório próprio em Brasília e escreve no Portal 6. Siga-o no Instagram: @rizekhajjar

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