Casal de idosos corre risco de perder a casa que vivem há gerações, em Anápolis

Desde 1955 no local, a estadia começou a ser ameaçada neste ano, por consequência das chuvas e enchentes

Samuel Leão Samuel Leão -
Cratera que está quase derrubando a casa de Sérgio e Loide também se aproxima da Avenida Brasil. (Foto: Samuel Leão/Portal 6)Casal de idosos corre risco de perder a casa que vivem há gerações, em Anápolis
Cratera que está quase derrubando a casa de Sérgio e Loide também se aproxima da Avenida Brasil. (Foto: Samuel Leão/Portal 6)

68 anos. Esse é o tempo que Loide Silva, moradora de Anápolis de 69 anos, reside em um dos sobrados da Vila Jussara, às margens da Avenida Brasil, bem em frente ao córrego Góis.

Em posse da família há gerações, o local sempre foi um sinônimo de lar, especialmente quando se casou com Sérgio Anacleto, hoje com 72 anos. Desde 1973, ele também mora na residência, e chegou até a financiar a casa ao lado.

No começo deste ano, entretanto, em meio às fortes precipitações que atingiram a cidade no mês de fevereiro, a bela história do casal começou a ganhar tons de preocupação e perigo, devido aos grandes danos causados na estrutura das casas pelas chuvas e enchentes. Em uma das ocasiões, conforme revelado por eles ao Portal 6, mais da metade do quintal foi levado pela água.

“Eu nasci aqui, em 1955, e assisti toda a minha vida se desfazendo aos poucos depois que o córrego foi transposto para esse lado da Avenida Brasil. Meu marido vai constantemente à Prefeitura, inclusive foi semana passada, levando o laudo e tudo, mas eles sempre falam que irão enviar uma empreiteira e fica por isso mesmo”, desabafou a senhora, em entrevista à reportagem.

Apesar de ter se tornado insustentável em 2023, os problemas teriam se iniciado ainda em 2006, quando o córrego foi mudado do lado Oeste para o Leste da via. A partir daí, a água foi, progressivamente, desgastando as fundações, além também de se aproximar a cada dia mais da parte lateral da Avenida Brasil.

“O buraco quase está chegando na Brasil. Já falei com a secretaria, e o grande medo é que isso aqui chegue até a avenida. Já estamos a um metro e meio da pista”, alertou Sérgio.

A situação chegou a um ponto tão crítico que a Defesa Civil esteve presente, no mês de abril, e constatou o alto risco que morar lá atualmente oferece, já que as casas chegam a se encontrar “dobradas” pelos excessivos danos – com possibilidade real de desabamento, além do progresso perigoso das erosões.

Laudo emitido pela Defesa Civil após visita nas residências. (Foto: Reprodução)

A residência financiada pelo idoso, por exemplo, está inabitável no momento, devido às enormes rachaduras e uma distância mínima da propriedade para a enorme cratera que se formou à frente – após a área do quintal ser praticamente toda destruída.

O órgão chegou a sinalizar a necessidade emergencial de intervenção por parte da Secretaria Municipal de Obras, que se comprometeu a agir ainda neste ano, o que – mesmo após cinco meses – não aconteceu.

Sérgio caminha ao lado de trecho da casa completamente destruído. (Foto: Samuel Leão)

Agora, com o retorno das chuvas intensas já batendo na porta dos anapolinos, a angústia e preocupação só aumentam, uma vez que a própria vida do casal pode estar em xeque.

Diante desse cenário, o Portal 6 procurou a Prefeitura de Anápolis para saber se algo está sendo feito na região, se alguma mobilização da Secretaria de Obras já está em andamento ou até mesmo se os idosos seriam contemplados com Aluguel Social para se realocarem durante este período, porém, nenhum retorno foi dado.

*Colaborou Caio Henrique.

 

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