Endocrinologista explica como evitar que Ozempic ‘pare’ de fazer efeito

Ao Portal 6, profissional revela motivo de pacientes sentirem paralisação durante tratamento com substância

Gabriella Pinheiro Gabriella Pinheiro -
Endocrinologista explica como evitar que Ozempic ‘pare’ de fazer efeito
Ozempic possui aval da Anvisa para tratar obesidade e sobrepeso, mas é contraindicado para pessoas saudáveis (Foto: Divulgação)

Populares pelos resultados de queima rápida de peso em curtos período de tempo, as canetas de Ozempic conquistaram espaço na rotina de quem vive uma luta contra a balança. Mas, se para alguns a substância teve um efeito quase ‘milagroso’, outros viram o progresso passar por uma estagnação e se transformar em um efeito quase que comum entre os usuários do medicamento: o platô.

O processo acontece de forma quase que inesperada. Inicialmente, a pessoa sente o apetite reduzido e, como consequência,  alimenta menos e elimina quilos. Até que um dia, o peso da balança permanece igual e vem acompanhado pela fome e falta de saciedade.

Contudo, o efeito não é exclusivo do remédio e está relacionado a uma série de atividades deixadas de lado pelos usuários da substância.

Ao Portal 6, a endocrinologista de Goiânia, Fernanda Braga, explica que a estagnação pode ocorrer com diferentes medicamentos, que possuem a mesma finalidade do Ozempic.

Isso porque, na realidade, a situação se deve a atitudes irregulares cometidas pelos próprios pacientes que impedem o avanço no processo de emagrecimento.

“Isso [platô] pode acontecer com qualquer outra medicação, porque várias outras medicações têm o objetivo de melhorar a saciedade. Tem medicação que atua em tudo isso. […] O paciente tem que estar com os macronutrientes regulados para que isso [estagnação] seja evitado”, salienta.

De acordo com ela, apesar de gerar uma sensação de saciedade, o uso da substância deve vir acompanhado de uma rotina saudável, que inclui atividades físicas, acompanhamento médico e alimentação correta.

“A medicação ela não vai lá só e queima. Ela organiza a saciedade, mas outros pilares têm que ser estabelecidos. Muitas pessoas começam com doses altas, não fazem atividades físicas, não comem bem e podem ficar com as vias intestinais desreguladas”, diz.

E por falar em dosagem, a quantidade utilizada pelo paciente pode ser decisiva para o efeito platô, principalmente nos casos em que a aplicação do remédio é feita sem o acompanhamento médico.

Nesses casos, de acordo com a profissional, doses altas podem corroborar para o acometimento do efeito, uma vez que a indicação é que o tratamento seja realizado em um longo prazo e se inicie em baixas quantidades.

“O contexto que eu coloco a medicação deve ser observado. […] O tratamento é uma coisa a longo prazo, não existe uma urgência para usar em um curto prazo”, reforça.

Segundo Fernanda, antes mesmo da aplicação do remédio é necessário que o paciente entenda o processo, consequências e a forma com que o medicamento atua no organismo.

“Para perder de peso é que nem uma infecção. Você tem que atingir o equilíbrio e sustentar depois. O paciente tem que estar com profissional, fazer tratamentos e se cuidar. É importante entender o que você está tomando”, destaca.

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