Entenda por que isolamento não é eficaz para conter avanço da dengue no Brasil

Médico estrangeiro levantou a possibilidade da medida. Diante disso, Portal 6 conversou com o infectologista para entender a realidade local

Davi Galvão Davi Galvão -
Mosquito Aedes Aegypt, responsável por transmitir a doença. (Foto: SES-GO)Entenda por que isolamento não é eficaz para conter avanço da dengue no Brasil
Mosquito Aedes Aegypt, responsável por transmitir a doença. (Foto: SES-GO)

Em um vídeo postado recentemente pelo médico paraguaio Juan Gonzalez Grima, o profissional defendeu que, uma forma de se frear a disseminação da dengue seria isolando os pacientes infectados, como que em uma quarentena.

Daí, resta a dúvida: será se a medida é realmente eficaz e funcionaria em todos os cenários?

 

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Uma publicação compartilhada por Juan Gonzalez Grima (@doctor.popi)

Para obter essa resposta, o Portal 6 conversou com o médico infectologista Marcelo Daher, de Anápolis, que explicou mais sobre essa questão e sua possível aplicabilidade no cenário nacional.

Inicialmente, ele deixou claro que, sim, é um método que pode funcionar, mas há muitas ressalvas.

“Em locais aonde a incidência de casos não é tão alta, você pode, sim, fazer essa tática de isolamento”, ponderou.

“Agora, caso contrário, como no Brasil, por exemplo, onde se tem um alto número de casos, não há mais como realizar um isolamento eficaz, não já em uma epidemia”, ressaltou.

Ele reforçou que, ainda assim, há muitas complicações envolvendo esta estratégia. Conforme o especialista, a fêmea do Aedes aegypti, ao picar uma pessoa infectada, passa por um período de cinco dias no qual o vírus se replica dentro do organismo do inseto.

Marcelo Daher, médico infectologista. (Foto: Arquivo/Portal 6)

É a partir daí que, ao picar outro indivíduo, a doença é transmitida.

O mosquito, então, se torna um vetor em potencial até o fim do ciclo de vida, que costuma durar cerca de dois meses.

Por isso, realizar um isolamento eficaz, em um cenário com grande parte da população infectada, acaba sendo um desafio.

“No Brasil, essa estratégia já foi embora, não tem mais como fazer”, deixou claro.

Por fim, o profissional destacou que a melhor forma de combater e dificultar a transmissão da doença é justamente evitando o acúmulo de água, que pode se dar em qualquer superfície, como vasos de planta, piscinas e até mesmo tampinhas de garrafa.

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