Morre Caçulinha, músico que trabalhou por décadas no Domingão do Faustão, aos 86

Ele tinha 86 anos e se recuperava de um infarto há dez dias

Folhapress Folhapress -
Morre Caçulinha, músico que trabalhou por décadas no Domingão do Faustão, aos 86
Caçulinha. (Foto: Reprodução/Rede sociais)

HENRIQUE ARTUNI

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Morreu na madrugada desta segunda-feira (5) o músico e compositor Rubens Antônio da Silva, mais conhecido como Caçulinha, que se tornou célebre por fazer a trilha do Domingão do Faustão por mais de 20 anos. Ele tinha 86 anos e se recuperava de um infarto, há dez dias, no Hospital Sancta Maggiore, em São Paulo.

Segundo nota publicada nas suas redes sociais, o velório será na capela do Cemitério São Paulo, às 11h, e o sepultamento será às 16h, no mesmo local.

“Uma vida de dedicação à música popular brasileira. O maestro, com ouvido absoluto, que tocou com os grandes artistas, gravou mais de 30 discos e divertiu muita gente por 60 anos na televisão, deixa um legado imenso de amor à arte”, afirma a nota.

Nascido em Piracicaba, no interior paulista, em 1938, foi criado numa família musical, herdada do pai, Mariano de Silva, compositor sertanejo de sucesso na região, que formou com o irmão Caçula, tio de Caçulinha, a primeira dupla sertaneja a gravar disco no Brasil. Após o tio desistir da carreira para se dedicar à fazenda, pai e filho tocam como o duo Mariano e Caçulinha.

Aos oito anos, já tocava acordeão, e exibia sua habilidade com o ouvido absoluto —capaz de identificar ou recriar qualquer nota mesmo sem tom de referência. Aos 20, já se apresentava na noite paulistana entre o piano, violão, acordeão e escaleta.

Foram mais de 30 discos gravados —o primeiro solo em 1959; o último, em 2019, para celebrar os 60 anos de carreira na música e na televisão— e colaborações com nomes como Luiz Gonzaga, como na música “Sabido”, e “Arrasta-pé na Tuia” em conjunto com Lourival dos Santos e a valsa “Primeiro Amor”.

Ao longo da carreira, acompanhou também músicos como Dominguinhos, Gonzaguinha, Roberto e Erasmo Carlos, João Gilberto, Simonal, Chico Buarque, Caetano Veloso, Gal Costa, Maria Bethânia e Milton Nascimento.

Antes do Domingão do Faustão, que deu a ele projeção sem igual por fazer a trilha sonora ao vivo por 20 anos, sua carreira esteve ligada à TV desde os anos 1960, quando foi contratado pela Record para para participar do programa Fino Trato, apresentado por Elis Regina e Jair Rodrigues. Na emissora, faria ainda Esta Noite se Improvisa e Bossaudade.

Nos anos 1980, foi para a Bandeirantes com o programa Caçulinha Entre Amigos, seguido do Perdidos na Noite, apresentado por Fausto Silva. Essa parceria se estenderia com a ida do apresentador à Globo, a partir de 1989. Caçulinha permaneceu no programa até 2009, quando foi demitido do programa após, segundo publicou a Folha na época, ter feito críticas ao próprio Faustão, sobre o programa.

Durante o período na emissora, de onde seria desligado em 2014, fez também músicas incidentais no humorístico Sai de Baixo. De lá, foi para a Gazeta, acompanhando Ronnie Von em Todo Seu, com o quadro “Causos e Canções”, contando histórias conforme tocava ao piano. Deixou a emissora paulistana em 2019.

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