Kassab liderou ataque especulativo que desidratou o PSDB, diz Marconi Perillo

"Houve um ataque especulativo sobre os prefeitos do PSDB liderado pelo Kassab. Ele é meu amigo, mas foi ele. Um governo seduz com verbas, convênios. Mas sobrevivemos", disse Perillo

Folhapress Folhapress -
Kassab liderou ataque especulativo que desidratou o PSDB, diz Marconi Perillo
(Foto: Reprodução)

CATIA SEABRA – O presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, afirmou nesta segunda-feira (7) que, em São Paulo, a sigla sofreu um ataque especulativo liderado pelo secretário de Governo da gestão Tarcísio de Freitas, Gilberto Kassab (PSD), desidratando o tamanho do partido. Segundo ele, um governo estadual é um imã de prefeitos.

“Houve um ataque especulativo sobre os prefeitos do PSDB liderado pelo Kassab. Ele é meu amigo, mas foi ele. Um governo seduz com verbas, convênios. Mas sobrevivemos”, disse Perillo, que já governou Goiás por quatro mandatos.

Ao justificar a redução do número de eleitos em comparação ao resultado de 2020 – de 523 para 276 -, Perillo ressaltou, no entanto, que, apesar do encolhimento, o partido elegeu mais prefeitos do que o PT, do presidente Lula.

“Elegemos mais que o PT sem a máquina federal. Não tenho motivos para reclamar. Estamos reerguendo o partido”, disse.

O tucano listou uma série de equívocos cometidos desde 2018, que acabaram por levar ao que chamou de tsunami. Um erro fatal, segundo ele, foi a decisão de não lançar candidatura própria à Presidência em 2022.

Naquele ano, João Doria foi levado a desistir por falta de apoio partidário. Apesar de o governador gaúcho, Eduardo Leite, ter sido cogitado para a disputa, o PSDB se aliou ao MDB, de Simone Tebet, a fim de um acordo pela reeleição de Rodrigo Garcia em São Paulo. Rodrigo Garcia, porém, não chegou ao segundo turno.

Na opinião de Perillo, o ocaso do PSDB começou em 2018, quando a campanha de Geraldo Alckmin “bateu só no Jair Bolsonaro e esqueceu o Lula”, seu adversário histórico.

O presidente lembra ainda as críticas à maneira com que Doria apresentava as medidas de combate ao avanço da Covid-19, em 2020. “Não foi a política de vacina, mas como foi comunicado”, disse.

Segundo ele, o eleitor do PSDB, mais alinhado ao discurso bolsonarista, ficou contrariado com a estratégia do partido.

Apesar disso, Perillo diz que o partido está em reconstrução. O PSDB foi, proporcionalmente, o sétimo que mais elegeu prefeitos, considerando-se a proporção de número de candidatos lançados para a disputa, o que chamam de taxa de sucesso.

Perillo também reagiu ao governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), que, em entrevista à Folha de S.Paulo, disse ter herdado um estado destruído das mãos do tucano.

O presidente do PSDB disse que Caiado é um pedreiro de obras prontas, tendo assumido um estado com alto grau de desenvolvimento e pagamento das despesas em dia – fruto do trabalho de seus antecessores.

“Caiado é o [Nicolás] Maduro [presidente da Venezuela] da direita. É truculento, persegue os opositores e mente. É um fascista”.
Segundo Perillo, Caiado ancora seu governo no discurso da segurança, sem reconhecer avanços na política de valorização das polícias na administração tucana. Ele ainda reclama do fato de o adversário não pagar a dívida com a União a pretexto de uma herança maldita.

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