Chance de ‘Ainda Estou Aqui’ no Oscar é inédita e Lisandro Nogueira explica o porquê

Professor de cinema falou sobre ‘diferencial’ do filme estrelado por Fernanda Torres em relação a outros longas nacionais

Thiago Alonso Thiago Alonso -
Chance de ‘Ainda Estou Aqui’ no Oscar é inédita e Lisandro Nogueira explica o porquê
Fernanda Torres é a protagonista de ‘Ainda Estou Aqui’. (Foto: Divulgação/Sony Picture)

Há mais de 20 anos sem receber uma indicação no Oscar, pela primeira vez o cinema brasileiro se vê com grandes chances de garantir uma estatueta com ‘Ainda Estou Aqui’, longa dirigido por Walter Salles.

Estrelado por Fernanda Torres, o filme retrata uma história real, vivenciada por Eunice Paiva, esposa de Rubens Paiva, ex-deputado federal sequestrado, torturado e morto pela ditadura militar nos anos 1970.

Professor de cinema Lisandro Nogueira falou sobre o Oscar. (Foto: Reprodução)

Em meio à tragédia da narrativa do filme e à esperança de uma vitória inédita, o jornalista goiano e professor de cinema, Lisandro Nogueira, falou ao Portal 6 sobre as chances de ‘Ainda Estou Aqui’ na maior premiação do cinema.

À reportagem, o profissional — que também é um dos idealizadores da mostra ‘O Amor, a Morte e as Paixões’, uma das mais tradicionais do audiovisual goiano — revelou que, diferente de outros anos, nesta temporada de premiações, o Brasil tem um grande aliado: o marketing.

“Não adianta no Oscar, ou em qualquer festival, você [cineasta] fazer um filme bom. Você tem que ter também a retaguarda, tem que ter o lobby, tem que ter o marketing, isso é muito importante”, explicou.

“Mais de 8, 9 mil pessoas votam no Oscar, mas é importante fazer o lobby, tem que ter dinheiro, fazer projeções, fazer jantares, convencer jornalistas e por aí vai”, continuou.

Premiere de ‘Ainda Estou Aqui’. (Foto: Divulgação/Sony)

Por isso, Lisandro frisou que um dos diferenciais para ‘Ainda Estou Aqui’ nas premiações é a presença da Sony Pictures Classics, responsável por distribuir o filme muito além do país, mas além das fronteiras brasileiras.

Além disso, ele ainda pontuou a ‘universalidade’ da temática abordada no longa, já comum em outros filmes do cinema estrangeiro.

“Ainda Estou Aqui é um filme extremamente forte, emotivo, aliás, é o que o cinema brasileiro tem que fazer. São filmes de temas universais. A personagem da Fernanda Torres tem o pano de fundo da ditadura militar horrível, que fez com que ela perdesse o marido e ela teve que criar sozinha os filhos. Isso é uma tragédia, que, ao mesmo tempo, comove o público porque é uma história universal. No Brasil, são milhões de mulheres que os maridos ou abandonam, ou são mortas pela violência, ou desaparecem”, destacou.

Fernanda Torres interpreta Eunice Paiva em ‘Ainda Estou Aqui’. (Foto: Divulgação/Sony Picture)

O professor de cinema ainda relembrou o histórico de Walter Salles, diretor do filme, que já possui uma longa lista de projetos premiados mundo afora.

“Walter Salles tem uma longa história de bons filmes premiados, como o Central do Brasil, com a Fernanda Montenegro, também tem um filme excepcional chamado Abril Despedaçado, Linha de Passe. É um cineasta já maduro, já consolidado, e agora ele fez o mesmo com Ainda Estou Aqui”, finalizou.

As indicações para 97ª edição do prêmio da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, o Oscar, serão liberadas nesta quinta-feira (23). Os telespectadores podem assistir à transmissão ao vivo, pelo canal oficial do Oscar no YouTube, a partir das 10h30, horário de Brasília.

 

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