Bom pra cachorro: atividades em creches para pets não param de crescer e é alternativa para tutores em Goiás
Espaços são ideais para cães, gatos gastarem energia e socializarem
Poucas coisas ‘machucam’ tutores de pets mais do que sair para trabalhar e ouvir os latidos ou miados chorosos dos companheiros, que terão de passar boa parte do dia sozinho. Porém, há uma alternativa bastante promissora que pode solucionar de vez essa problemática.
Foi essa ideia e preocupação com os melhores amigos do homem que motivou a goianiense Claudia Cristina a resolver a situação dela mesma. Desiludida com o emprego que tinha há quase duas décadas, resolveu largar tudo e tentar a sorte na grande paixão que sempre teve: cuidar dos animais. Assim, abandonou o pequeno apartamento que tinha e comprou uma espaçosa casa em Goiânia, pronta para recomeçar do zero.
E assim foi fundada a Dog Inn, que funciona como hotel e creche para cachorros na capital, voltada para os tutores de pet que não querem deixar os animais sozinhos enquanto viajam, trabalham, ou mesmo queiram vê-los socializando e brincando com outros da mesma espécie.
O empreendimento, que começou sem nenhum cliente, hoje já está com as reservas lotadas até o final do ano e trabalha com uma média de 30 cães por dia, provando que realmente há uma demanda pelo serviço. Lá, os pets podem brincar, correr e se divertirem gastando energia enquanto recebem cuidado, carinho e atenção.
Claudia explicou que adota um método bem alternativo com os animais, onde são tratados como se fossem da família. Sendo assim, podem subir no sofá, dormir nas camas, sendo de fato considerados filhos pelas cuidadoras, que sabem o nome e personalidade de cada um.
“Aqui não tem porta fechada, nem separação. Claro, a gente aceita raças pequenas. Médias e grandes são exceções e só depois de um período de experiência, para ver se são sociáveis. Mas ainda assim, aqui a casa é deles. Eles têm uma rotina, a gente faz atividades para estimulá-los, mas sempre pensando no conforto e bem-estar”, contou ao Portal 6.
Conforto e caprichos
O goianiense Douglas Vaz é um exemplo que ilustra bem como esses cuidados diferenciados proporcionam toda a diferença na vida do pet. Tutor do Bob, de dois anos, ele contou que tenta evitar ao máximo deixar o “pet” sozinho e teve uma experiência bastante inusitada ao escolher os dias que o levaria para a creche Pet Day Care, também na capital.
“Eu sempre levava ele quarta e sexta-feira. Mas daí, dois dos amiguinhos dele, o Bile e o Bento, que são com quem ele mais brinca iam parar de ir na quarta. Daí, não teve jeito, para não deixar ele triste tive que passar a levar ele só na sexta. São inseparáveis”, contou, em tom divertido.
Decorador de eventos, Douglas viaja muito a trabalho e sempre que pode leva Bob, ainda que para fazer companhia no escritório. Mesmo assim, ele sentiu que faltava ao pet a oportunidade de brincar, correr e se divertir.
“É completamente diferente agora que ele vai para lá. Chega em casa bem cansado, dorme o dia inteiro, fica bem menos estressado. É algo que vale a pena, ver ele se sentir bem”, declarou.
De todos os tamanhos
A veterinária Graziella de Barros, de 37 anos, proprietária do Spa Pet Feliz, em Anápolis, também compartilha do amor pelos animais, mas confessou que são os grandões que ocupam um lugar especial no coração.
A maioria dos clientes dela costuma ser cachorros de porte mais avantajados, especialmente golden retrievers, o que muda um pouco a dinâmica das atividades realizadas.
“Aqui tem uma rotina, os cães chegam por volta de 08h e o foco principal é gastar energia, então tem muitas brincadeiras. Como são muitos goldens, a gente tem uma piscina que fica aberta até 12h, eles adoram. Depois disso, separa todos e é hora do almoço. Aí por volta de 13h começam novas brincadeiras, voltadas para estimular os instintos dos pets. Tem caça-biscoito, buscar a bola, nisso, eles acabam também sendo adestrados, com os comandos básicos, pelo menos”, explicou.
Graziella destacou que, atualmente, muitos casais estão optando por não terem filhos e sim pets, mas nem por isso tratam os animais com menos amor do que o esperado para uma criança. Assim, ela garantiu que o cuidado com os animais é idêntico ao que seria com um ser humano.
Para aceitarem um novo aluno, antes é necessário, além dos exames veterinários em dia, que os cães passem por um período de experiência, a fim de a equipe analisar como ele se comporta em meio a outros cachorros.
Com tudo aprovado, dá-se início a mais um “ano letivo” e as atividades de carinho, brincadeiras e claro, muito amor, podem enfim serem realizadas.