Ainda Estou Aqui nos lembra do Festival Anapolino de Cinema
Eventos como esse garantem que nossas histórias encontrem espaço, que nossos artistas sejam valorizados e que a cultura siga viva


Fernanda Torres pediu para que os brasileiros não transformassem a transmissão do Oscar em clima de final de Copa do Mundo.
O pedido dela foi uma ordem, mas ao contrário. Apesar da abstinência de mais de duas décadas, estamos acostumados a ganhar a Copa do Mundo e seguimos no topo das seleções com mais títulos conquistados.
Mas o Oscar era uma feridinha aberta para nós, brasileiros, desde 1999, quando o aclamado Central do Brasil não levou nenhuma estatueta.
Essa ferida, graças a Deus e ao talento de nossos atores e profissionais, foi finalmente curada com a consagração de Ainda Estou Aqui como melhor filme estrangeiro no último domingo (02).
É uma data memorável que pode marcar o início de uma jornada ainda mais produtiva para o nosso cinema tupiniquim.
Por isso, é fundamental fomentar, incentivar e valorizar toda a cadeia audiovisual, tanto no Brasil quanto em Goiás e Anápolis. Nos emocionamos ao ver que, em 2023, com a volta do Ministério da Cultura, a arte voltou a ganhar destaque no cenário nacional. A importância das Secretarias de Cultura, com políticas públicas eficazes, nunca foi tão evidente.
Criado em 2011, o Anápolis Festival de Cinema colocou nossa cidade no mapa cultural e se tornou uma vitrine para o cinema independente.
Ao longo dos anos, atores como Zezé Motta, Elisa Lucinda e Nelson Xavier abrilhantaram o evento, enquanto o cineasta Sílvio Tendler e o crítico de cinema Rubens Ewald Filho reforçaram sua credibilidade, destacando a importância do incentivo ao audiovisual. O festival não apenas reafirmou o compromisso da cidade com o cinema, mas também fortaleceu a cultura local.
Eventos como esse garantem que nossas histórias encontrem espaço, que nossos artistas sejam valorizados e que a cultura siga viva. O Oscar de Ainda Estou Aqui mostra que o cinema brasileiro tem talento para brilhar no mundo, mas, para isso, precisa ser incentivado aqui. Anápolis pode e deve fazer parte desse movimento, reafirmando que o cinema é memória, identidade e futuro.