Quase quatro meses após morte de paciente, biomédica é solta em Goiânia

Defesa da profissional apontou desproporcionalidade na punição, dado que cliente já estava encarcerada ha mais de três meses

Davi Galvão Davi Galvão -
Biomédica estava presa desde dezembro de 2024. (Foto: Redes Sociais)
Biomédica estava presa desde dezembro de 2024. (Foto: Redes Sociais)

A biomédica Quesia Rodrigues Biângulo Lima, acusada de exercer ilegalmente a medicina e utilizar produtos impróprios na clínica que administrava, no Parque Lozandes, em Goiânia, teve a prisão preventiva revogada.

A investigada foi presa em flagrante no dia 2 de dezembro de 2024, após a morte de uma paciente de 44 anos durante um procedimento estético.

Apesar da gravidade do caso, o ministro Rogério Schietti Cruz, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), concedeu uma liminar em habeas corpus e destacou que Quesia não está sendo investigada por homicídio, seja doloso ou culposo. A prisão preventiva havia sido decretada com base em argumentos considerados genéricos pelas instâncias anteriores.

A defesa da biomédica apontou a desproporcionalidade da medida, ressaltando que Quesia é servidora pública, mãe de dois filhos menores de 12 anos e tem residência fixa no distrito da culpa.

Na análise do caso, Schietti reforçou que a prisão preventiva exige fatos concretos e atuais, conforme o artigo 312 do Código de Processo Penal (CPP). “O magistrado não apresentou elementos objetivos que comprovassem periculosidade social ou risco de fuga. A justificativa para a prisão se baseou em presunções e generalizações, o que é juridicamente insustentável”, afirmou.

Em tempo

A paciente de 44 anos faleceu após sofrer uma reação alérgica grave à aplicação de hialuronidase, enzima usada para dissolver preenchimentos de ácido hialurônico.

Ela sofreu uma parada cardíaca ainda na clínica de estética e morreu no dia seguinte, no Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo).

Após o incidente, equipes da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Consumidor (Decon) e da Vigilância Sanitária realizaram diligências na clínica, o que resultou na interdição do local e na prisão em flagrante da biomédica.

Laudos apontaram a presença de produtos vencidos, falta de higiene e irregularidades no funcionamento da unidade.

Quer ficar por dentro de tudo o que está rolando na Grande Goiânia? Clique aqui e leia as últimas notícias de hoje!

Davi Galvão

Davi Galvão

Jornalista formado pela Universidade Federal de Goiás. Atua como repórter no Portal 6, com base em Anápolis, mas atento aos principais acontecimentos do cotidiano em todo o estado de Goiás. Produz reportagens que informam, orientam e traduzem os fatos que impactam diretamente a vida da população.

Você tem WhatsApp ou Telegram? É só entrar em um dos grupos do Portal 6 para receber, em primeira mão, nossas principais notícias e reportagens. Basta clicar aqui e escolher.

Publicidade