Bebê reborn: empresária de Goiânia revela valores e procura sobre venda de bonecos ultrarrealistas
Proprietária da marca Arte Ryka, ela atua na área desde 2022 e revela o que a motivou a adentrar no ramo


Quem olha de relance pode até achar que se trata de um bebê de verdade. A riqueza de detalhes e o semblante realista dos chamados bebês reborns — bonecos ultrarrealistas, que geralmente apresentam a aparência de um recém-nascido — se tornaram febre entre os internautas e conquistaram famosos como Xuxa Meneghel, Jojo Todynho, Sabrina Sato e até o padre Fábio de Melo, que adotaram versões com síndrome de Down.
Mais do que brinquedos, os bonecos também são tratados como filhos simbólicos por influenciadoras, que chegam a simular partos e mostrar a rotina maternal nas redes sociais, alcançando milhares de usuários.
Por trás dos vídeos viralizando sobre o tema, existem os profissionais que, há anos, atuam na área e trabalham por dias — e até semanas — para que os bonecos ganhem traços realistas e possam ser entregues. Uma delas é a empresária de Goiânia, Rykeny Campos, proprietária da marca Arte Ryka.
Ao Portal 6, ela conta que o “universo reborn” entrou em sua vida em 2022, quando tinha uma loja de roupas e calçados infantis e passou a se interessar por bonecas realistas para expor as peças. O que começou como uma forma de revitalizar o negócio tornou-se uma paixão.
“Eu comecei a pesquisar por artistas que tivessem bonecas disponíveis para venda e fui me interessando. Depois, fui pesquisando mais a fundo e vi que havia vários cursos com a possibilidade de eu aprender a fazer essas bonecas. No primeiro momento, minha intenção era que fosse realmente um hobby, porque é um artesanato e exige uma destreza grande de quem está fazendo. E, como sempre gostei de aprender coisas novas, me aprofundei e comecei a entender como funcionava todo esse processo de fabricação”, destaca.
A mudança de nicho veio quando, após a conclusão dos cursos, Rykeny fez sua primeira boneca e decidiu expô-la na loja. O inesperado aconteceu: ela recebeu uma reação positiva dos clientes, que se mostraram interessados em adquirir o produto, o que a motivou a investir no ramo não só como hobby, mas também como uma oportunidade de negócio.
Já atuando no ramo há três anos, ela destaca que os motivos para a compra, por parte dos clientes, variam. A maioria são avós que compram para as netas, como forma de presente, mas há também colecionadores que se encantam com os detalhes das bonecas.
“Essas bonecas, além de serem brinquedos para as crianças, oferecem um senso de nostalgia e carinho para os adultos também. Tanto é que hoje, a maioria dos nossos clientes são avós que, às vezes, não tiveram tempo de se dedicar a um hobby, de ter uma boneca, casaram-se cedo demais ou tinham uma casa cheia de filhos e, de repente, esses filhos foram saindo para estudar, casaram-se… e aí vem um pouco mais de solidão”, salienta.
Sobre valores, ela informa que o preço médio para adquirir um bebê reborn varia entre R$ 1.800 e R$ 3.000. No entanto, dependendo do artista escolhido, os valores podem chegar a R$ 10.000 ou até R$ 15.000. Além disso, ela destaca que o processo é demorado e exige atenção aos mínimos detalhes. “Por ser um produto totalmente artesanal, não é algo que fica pronto do dia para a noite. A média de tempo de fabricação é de 5 a 15 dias, a depender da boneca”, ressalta.
Com a temática em alta, ela considera que existe atualmente um movimento que mancha o trabalho e leva a uma percepção negativa do que é realizado. “Percebo uma visão muito simplista, que ridiculariza, debocha, e isso desvaloriza muito o trabalho das artistas. É importante lembrar que cada artista tem suas próprias intenções e histórias por trás de cada criação. Cada bebê reborn é único”, finaliza.