Próximo ao PT, Gil do Vigor critica pacote de Haddad: ‘Parece feito no improviso’
"Problema não é contra o imposto, é a forma como esse imposto é colocado para gente", disse ele

RAPHAEL DI CUNTO
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Próximo ao PT, o economista Gil do Vigor -que virou celebridade após participar do BBB (Big Brother Brasil)- criticou o pacote proposto pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, com medidas que aumentam impostos e afirmou que, com as idas e vindas do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), parece que o plano foi feito “no improviso”.
“Problema não é contra o imposto, é a forma como esse imposto é colocado para gente. Porque, às vezes, está parecendo que é feito no improviso. Tira imposto hoje, coloca amanhã, aí muda aqui, muda ali, para ver como o mercado vai responder. Eu acho que não é isso”, disse Gil em sua conta nas redes sociais.
A declaração foi dada depois de ter ganhado repercussão um primeiro vídeo no qual o economista mostra indignação com a proposta do governo para acabar com a isenção para investimentos como LCA (Letra de Crédito do Agronegócio) e LCI (Letra de Crédito Imobiliário), parte da MP (medida provisória) publicada na quarta-feira (11).
A iniciativa de cobrar Imposto de Renda de títulos que hoje são isentos causou protestos do agronegócio e do setor imobiliário e também recebeu críticas do economista e influencer, que é seguido por 14 milhões de usuários no Instagram.
A avaliação negativa chamou atenção pela relação de Gil com o governo -o ex-BBB esteve presente no casamento do presidente Lula com a primeira-dama Janja.
No primeiro vídeo, publicado em sua conta no Instagram e compartilhado por perfis de direita para atacar o pacote de aumento de impostos, ele reclama que “agora é imposto em cima de imposto, em cima de imposto, e tem mais um” e que o governo pretende taxar os investimentos até então isentos.
“Vai te afetar, sim, que quando tu for lá comprar a tua feira, a tua cesta básica, teu bolsinho vai sentir”, afirmou.
Nessa primeira publicação, o economista questiona se o Brasil “precisa de tanta arrecadação assim” e diz que é preciso ter políticas públicas que resolvam o problema sem “colocar a dívida de volta para população que tem que ficar pagando pelas contas que aparecem do governo”.
“Está tão desesperado assim por arrecadação?”, questionou.
Leia também
- Justin Bieber anuncia continuação de seu álbum ‘Swag’, lançado em julho
- STJD pune Bruno Henrique por participação em esquema de manipulação
- Humoristas de Goiás são escaladas para nova novela da Globo; saiba quem são
- Gusttavo Lima chama atenção ao revelar conselho curioso de Leonardo: “a gente fala a mesma língua”
Após críticas de seguidores de esquerda, ele apagou o vídeo de suas redes e publicou um novo neste sábado (14), recuando das críticas ao aumento da arrecadação. Ainda assim, seguiu atacando a intenção de tributar investimentos hoje isentos e defendeu “alternativas”, como discutir o fundo eleitoral, as isenções fiscais e a taxação das grandes fortunas.
“Sempre defendi que o estado tem que arrecadar, sim, porque precisa disso para fazer política de inclusão, reduzir desigualdade”, afirmou.
“Gente, vamos lá, deixa eu explicar para vocês aqui que é uma questão técnica. Não é porque ‘ah bateu no bolso do Gil’ não”, disse.
Para o economista, o problema é que esses títulos ajudam os setores do agronegócio e imobiliário a captarem recursos mais baratos. A taxação, portanto, encarecerá os produtos. “Então, por exemplo, quem está querendo financiar uma casa ou então produzir ou comprar fica um pouquinho mais caro”, afirmou.
O governo Lula tenta aprovar a medida provisória e manter recalibrado o decreto que elevou o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) como forma de reduzir a necessidade de bloqueio de gastos neste ano e em 2026.
Caso essas propostas sejam rejeitadas, será necessário um corte de R$ 20 bilhões em despesas em 2025, além dos R$ 30 bilhões já congelados.