Empresa que realizava o sonho de muitas pessoas decreta falência e entra na mira da polícia

Agência de turismo é acusada de lesar dezenas de clientes; prejuízos passam dos R$ 100 mil e caso será investigado

Isabella Valverde Isabella Valverde -
Clientes ficaram desolados após decretação de falência.
Clientes ficaram desolados após decretação de falência. (Foto: Reprodução)

O que era sonho virou pesadelo para ao menos 50 moradores de Serrana, no interior de São Paulo. Eles tiveram as tão esperadas viagens canceladas após uma agência de turismo de Ribeirão Preto anunciar falência e encerrar as atividades de forma repentina.

A informação foi dada pela própria empresa em uma publicação nas redes sociais, em que orientou os clientes a procurarem as operadoras de cartão de crédito para tentar o bloqueio das compras.

Ao mesmo tempo, afirmou ter agido com honestidade até o fim e lamentou não conseguir cumprir os pacotes vendidos.

Apesar disso, a revolta é grande. Já são mais de 30 boletins de ocorrência registrados e a Polícia Civil apura se os responsáveis podem responder criminalmente pelo prejuízo causado.

Entre os lesados está uma mulher que havia fechado uma viagem internacional com a filha de 14 anos.

As duas embarcariam para o Chile no próximo dia 13 de julho. O valor pago, via Pix, foi de quase R$ 8 mil.

“Fiquei em estado de choque. Tentei falar com a dona da agência e com a família dela, mas não obtive resposta. Só mais tarde, a filha dela apareceu em um grupo pedindo desculpas”, relatou á EPTV.

Outro cliente, que trabalha como mototaxista, revelou que adquiriu dois pacotes com a mesma agência. Um deles era para Maceió e o outro também para o Chile. Ao todo, foram R$ 12 mil parcelados em vários cartões. Agora, ele tenta conseguir o estorno com os bancos.

“Tem quatro cartões ainda com parcelas. Fiz o boletim e estou correndo atrás. Foi um golpe duro”, lamentou.

Casos semelhantes se repetem. A empresária Izabel Malaguti pagou R$ 8,5 mil por uma viagem para 2026 com o marido e a prima.

“Já quitei duas parcelas, mas o banco diz que a compra foi feita presencialmente e que eu autorizei. Não sei se vou conseguir reaver esse dinheiro.”

A prima dela, a representante comercial Daniela Eugênio, usou o cartão de Izabel para efetuar o pagamento e está desolada.

“Era um sonho. Viajei pouquíssimo na vida. Agora ela vai ter que arcar com essa dívida e eu não sei quando vou conseguir fazer outra viagem.”

Possível estelionato

De acordo com o advogado João Pedro Silvestrini, ouvido pela EPTV, afiliada da TV Globo, os donos da agência podem ser responsabilizados criminalmente caso fique comprovado que houve intenção de enganar os consumidores.

“O ponto central é saber se existia dolo, ou seja, se eles já sabiam que não entregariam os serviços no momento da venda. Nesse caso, é possível configurar o crime de estelionato”, explicou.

Mesmo com a declaração de falência, os clientes podem buscar ressarcimento na Justiça. A depender do andamento do processo, é possível tentar bloqueio e penhora de bens em nome dos sócios para quitar os prejuízos.

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